Mãe | Josiane Ruske

Instituto Unidos pela Vida - 29/05/2011 17:13

Quando meu primeiro filho completou 4 anos de idade, como toda criança sozinha começou a pedir um irmão. Assim como o primeiro foi planejado, o segundo também foi. O Gustavo, mais velho, nasceu com 3.490 kg e 53 cm. Até os 4 anos ele apresentou apenas inflamações nas amigdalas, operou e nunca mais teve nada. Graças a Deus tem uma saúde ótima.

Nosso segundo filho, o Leandro, nasceu com 3.940 kg e 53 cm. Um bebê lindo e o maior nascido naquele dia. Até os dois meses foi tudo relativamente “normal”, mas depois foi ficando estranho. Ele tinha dificuldades para respirar e tossia muito. Fazia cocô muitas vezes por dia, e, ao meu ver, com essa idade já era para estar normalizado.

Quinze dias após o primeiro teste do pezinho do Leandro, fomos chamados para uma segunda amostra. Isto me deixou bastante assustada…

A partir daí tudo começou a ficar mais difícil… Até que um dia, no segundo mês do Leandro, o levei para uma consulta com uma pediatra. Ela ficou bastante preocupada porque ele apresentava um quadro de pneumonia, ela me mandou para o pronto socorro e de lá ele já foi encaminhado para internação, ficamos sete dias e mesmo com os antibióticos o estado clinico não melhorava, no dia seguinte colocaram-no numa tenda de oxigênio, foi desesperador ver  aquela cena, ficou dois dias na tenda, o médico veio falar comigo e as palavras dele não consigo esquecer até hoje,”mãe se ele não melhorar até amanhã, vamos levar ele para a UTI”.

Passei a noite toda rezando e chorando muito mas, Graças a Deus, no outro dia ele acordou melhor. Ficamos mais alguns dias no hospital, porque sexto sentido de mãe não falha! No dia da alta falei para o médico que eu achava que ele ainda não estava bem… E não estava bem mesmo! Mas, infelizmente o médico que atendia o Leandro não era especialista e não fez exames para saber o que ele tinha… Só tratou a pneumonia.

Depois de quatro meses de vida do meu príncipe de fibra recebemos a confirmação de que ele tinha  Fibrose Cística. Nesta época o quadro de saúde dele não era muito bom. Com um mês ele pesava 4.300 kg. Aos quatro meses ele pesava 4.360 kg e aos sete 5.510 kg. A cada 15 dias passávamos por consultas. Leandro estava com uma desnutrição severa, chorava o dia todo, mal dormia em virtude das dores e cólicas  que já eram decorrentes da doença. Fazíamos de tudo com ele e para ele, mas o quadro não evoluía! Nós vivíamos no hospital, eram horas para o hidratá-lo, horas tomando antibióticos em virtude das pneumonias constantes.

Porém, depois de tudo isto, aconteceu um fato que marcou nossas vidas. Estávamos indo internar o Leandro, tudo pronto, bolsas, guias hospitalares. O médico pediu para que fossemos direto para o hospital e depois ele passaria para preencher os papéis, porque naquele momento ele não estava no consultório. Chegamos ao hospital, entramos pelo pronto socorro e uma enfermeira bastante indelicada olhou o Leandro e pra ele e comentou com outra enfermeira: “Meu Deus esta criança está desidratada até os ossos”. Vocês podem imaginar o quão horrível ouvir aquilo. Comecei a me culpar pelo estado de saúde do meu filho… Respirei fundo e até pensei em conversar com ela e falar o porquê que ele estava assim, mas me calei porque a ignorância dela não me permitiu diálogo. É triste ver que as pessoas tornam-se cruéis justo nos momentos de maior fraqueza dos outros. Nós nunca saberemos de tudo… Estamos aqui para aprender!

Aos nove meses o Leandro ele começou a melhorar, ganhar peso, suas internações diminuíram e uma nova fase começava naquele momento.

Com um ano ele já tinha atingido peso normal pra idade. Nenhuma sensação poderia ter sido tão maravilhosa quanto ouvir de sua Gastro que ele estava muito bem e acima do peso, com 114%!

Aos três anos precisou ficar internado por 14  dias para tomar os antibióticos e ano passado (2010), ficou internado durante 21 dias.

Hoje o quadro dele é muito bom, está com peso normal e crescendo muito, Graças a Deus! É uma  criança absolutamente “normal”, brincalhona e linda. Faz seu tratamento com remédios como: Ciprofloxaciona, Azitromicina, Tobi, Pulmozyme, Creon, Adeks. Faz também fisioterapia respiratória desde os quatro meses e adora praticar natação!

E, eu sempre digo: Não há vitória sem luta!”

Depoimento enviado para a equipe do Instituto Unidos pela Vida por e-mail por Josiane Ruske. Este relato tem cunho informativo. Não pretende, em momento algum, substituir ou inferir em quaisquer condutas médicas. Em caso de dúvidas, consulte sua equipe multidisciplinar.

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