Equipe de Fibra em Salta: Alan Philippsen

Comunicação IUPV - 16/10/2018 17:40

Alan Philippsen nasceu em Toledo, no Paraná e é um dos representantes da Equipe de Fibra nos IX Jogos Latino-americanos para Transplantados. A competição acontecerá na cidade de Salta, na Argentina, entre os dias 30 de outubro e 4 de novembro de 2018.
O diagnóstico
Após inúmeras internações e pneumonias, Alan, nosso atleta de fibra foi diagnosticado com Fibrose Cística quando tinha 3 anos. As complicações eram tantas que os médicos acreditavam que o pequeno Alan teria pouco tempo de vida por conta das poucas opções de tratamento existentes na época. Porém, com muita força e dedicação de Alan e seus pais, a realidade foi outra!

Um ano após o diagnóstico, a família se mudou para Florianópolis. A ideia era tirar proveito do clima no litoral e da maresia para a melhora dos problemas respiratórios de Alan. Depois da mudança, a qualidade de vida realmente melhorou, mas os problemas de saúde ainda existiam e os medicamentos e internações ainda faziam parte da vida de todos.
“Os poucos anos de vida que os médicos me davam viraram 15 anos. Com isso, veio a adolescência, época em que encontrei algumas barreiras. A dificuldade para ganhar peso e a tosse frequente faziam com que as pessoas próximas e até eu mesmo questionassem: por que logo eu sou assim?”, relembrou Alan.
O esporte mudou tudo!
Aos 9 anos, Alan descobriu sua paixão pela prática de esportes e tudo mudou! Seu pai sempre gostou muito de futebol, situação que tornava as brincadeiras com bola algo muito presente durante a infância de Alan. Foi nessa época que ele entrou na escolinha do Torino (Vitorino Lopes Garcia, ex-meia do Grêmio). A experiência com o jogador o levou à escolinha do Grêmio, em Porto Alegre. Porém, havia muita discussão entre os médicos, que se preocupavam com a saúde de Alan que, apesar da excelente forma física e desempenho no esporte, já apresentava lesões nos pulmões.

Apesar disso, Alan seguiu por conta própria para a cidade de Pato Branco, no Paraná. Lá ele começou a jogar no Colosso da Baixada. Nessa época, Alan tinha uma rotina intensa de treinos. Todos os dias fazia musculação, corria cerca de 10km em uma hora, jogava futebol society quatro vezes por semana e treinava no clube aos sábados de manhã. Um verdadeiro atleta!
Quando o transplante se fez necessário
Tudo mudou em 2014, quando Alan quebrou a perna durante uma pelada com os amigos. Em 19 anos, essa foi sua primeira lesão séria e que o deixou um ano impossibilitado de praticar o esporte que tanto amava. Essa situação fez com que sua saúde piorasse e Alan precisou ficar internado novamente. Dessa vez, a internação foi diferente de todas as anteriores.
Após 15 dias de tratamento, o médico trouxe uma péssima notícia: Alan não conseguiria mais respirar sem oxigênio. “Meu mundo desabou. Foi um momento muito difícil. Fui para casa e precisava enfrentar mais essa guerra e a vergonha de usar o bendito oxigênio”, relatou Alan.
Um mês depois, outra notícia: a única opção de Alan era o transplante pulmonar. Foi um momento difícil e Alan pediu um tempo para pensar e, após três meses, decidiu fazer a cirurgia. “Mais uma mudança de estado, uma nova adaptação e uma prova de amor da minha família. Mudamos para Guaíba, cidade da região metropolitana de Porto Alegre, para que fosse possível ficar perto do Complexo Hospitalar da Santa Casa para a necessária reabilitação e a espera de uma chamada”, contou Alan.

Após 10 meses de espera, Alan foi chamado para o transplante. Nessa primeira vez o órgão não estava apto, mas isso lhe deu ânimo. “Era a certeza de que estava perto”. E finalmente, no dia 15 de setembro de 2017, ele recebeu a ligação: “Alan, temos um pulmão para ser avaliado pra você”.

“Naquele momento, eu soube que era o MEU momento. Foi uma mistura de medo, euforia, alegria e outros sentimentos extremos. Chegamos ao hospital e aguardamos a confirmação. Pronto: às 13h iniciou o transplante que durou 9 horas e foi um sucesso! Passei 7 dias na UTI e 14 dias de recuperação no quarto. Três semanas até a alta hospitalar! Agradeço ao meu doador e a família que autorizou a doação de órgãos, que em um momento de dor e sofrimento pensaram no amor ao próximo. Agradeço minha família, pois sem ela eu não seria nada. Agradeço aos médicos e profissionais que estiveram ao meu lado. Enfim, agradeço a Deus pela vida nova”, disse Alan.
Veremos o Alan em Salta!
É com muito orgulho que o Alan será um dos representantes da Equipe de Fibra – projeto do Unidos Pela Vida – nos IX Jogos Latino-americanos para Transplantados em Salta. Será sua estreia em uma competição como essa.
“A princípio, minha expectativa é ganhar experiência para o mundial do ano que vem e, se possível beliscar uma medalha. Como é minha primeira vez em competições assim, estou um pouco apreensivo, mas sempre entro nas competições pensando em algo maior. Antes de fazer o transplante já tinha como objetivo seguir no esporte, mas participar dos jogos representando o Brasil é algo muito além do que eu esperava. Aceitei de imediato e estou muito feliz”, afirmou Alan.
Alan ainda afirma que nunca participou de nenhum tipo de prova de corrida na vida, mas que está empolgado com o desafio. “Minha vida inteira foi jogando futebol. Como sou da parte da explosão e não da resistência, preferi optar por provas mais curtas. Minha preparação tem sido pelo futebol e academia mesmo, nada muito específico, só agora que vou pro Rio pra treinar com o personal da equipe, o Bruno”.
Estamos na expectativa de que o Alan e todos os integrantes da Equipe de Fibra em Salta façam o seu melhor. Sem dúvidas, vão nos representar muito bem em Salta. Boa sorte, Alan. Estamos torcendo por você!

Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

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