No dia 15 de abril Josh Skampo fará sua quarta maratona em Boston

Comunicação IUPV - 10/04/2019 13:53

Skampo tem 36 anos e vive em Monroe, Michigan. Sua rotina não é muito diferente da de milhares de corredores pelo mundo: acordar, botar um tênis e sair correndo pela madrugada. Com uma diferença, Skampo tem Fibrose Cística.
“A rotina de treinos é dura, mas correr é mais benéfico do que não correr. Nos dias em que não corro, percebo uma diferença. Estou mais entupido, produzindo mais muco.”
Ele geralmente corre mais de 70 quilômetros por semana, incluindo finais de semana. Quando ele está treinando para um evento, esse número pode chegar a 120! E atualmente, ele está treinando para a Maratona de Boston, a maratona mais rápida dos EUA e uma das provas mais famosas do mundo.
Será sua quarta vez na prova, uma conquista monumental, mesmo para corredores saudáveis. Diferente de outras maratonas, para correr em Boston o corredor tem que atingir um índice em outras provas no mesmo ano, tarefa nada fácil já que as metas em Boston são para corredores muito preparados.
Skampo fez sua primeira Maratona de Boston em 2013, dois anos após a cirurgia para conter uma hemoptise grave. Ele sabe de cor o número estampado em sua camisa: 4673. Também lembra bem do tempo de chegada: três horas, seis minutos e nove segundos!!!
Participar da corrida era sua meta desde o ensino médio, onde ele participava da equipe de cross-country. Então, em 2012, ele bateu a linha de chegada em uma maratona de Charlevoix, Michigan, em três horas, quatro minutos e 12 segundos, finalmente se classificando para a prestigiada corrida. Seu sonho se tornou realidade.
“Eu estava muito animado”, disse ele sobre sua primeira experiência em Boston.
Por seus esforços, Skampo recebeu uma medalha de finisher e “uma camisa muito legal”. Sua experiência foi marcada, porém, por tragédia: 2013 também foi o ano do atentado de Boston em que três pessoas foram mortas e centenas ficaram feridas.
“Eu já tinha ligado para minha família para avisar que estava bem e tinha terminado, então meu pai, minha esposa e eu ouvimos explosões”, disse Skampo.
Em 2015, ele estava em sua melhor forma, mas fazia muito frio em Boston e ele terminou andando. O frio também foi um fator na maratona do ano passado. Fez 25 Km e teve que parar. “Eu estava congelado. Foi como usar roupas molhadas. Foi um dia difícil, mas eu tentei”.
Como Skampo, que pesa 51 quilos, está cada vez mais intolerante ao clima frio, ele está começando a treinar mais na esteira, pelo menos durante os meses mais frios. Baixas temperaturas não parecem afetar diretamente a função pulmonar, no entanto.
Ele conta que não lembra de quando soube que tinha FC, ele apenas lembra de ir a muitos médicos e tomar pílulas e tratamentos.
Ele começou a correr no ensino médio. Seus pais o encorajaram; seu pai tinha sido um corredor e, às vezes, eles corriam juntos. Ele se juntou ao time de atletismo da escola.
“Eu gostava de correr e sabia que isso me ajudaria”, disse Skampo, que tem uma irmã mais velha no Arizona. “Será que eu teria descoberto a corrida se não tivesse FC? Eu não sei. Eu sei que se eu não precisasse correr para limpar meus pulmões, seria fácil sair. Eu percebi que era importante, mas também comecei a gostar disso.”
Hoje em dia, Skampo, que não tem um treinador, frequentemente corre com um grupo local. Alguns membros não sabem que ele tem FC.
“Alguns ficaram surpresos”, disse Skampo, cuja capacidade pulmonar varia entre 60 e 70%. “Alguns deles, quando estou tossindo como um louco, me perguntam o que diabos está acontecendo. Houve algumas corridas onde as pessoas fizeram comentários. Quando eu digo a eles, alguns sabem o que é FC e outros não”.
Até o momento, ele participou de nove maratonas – a primeira delas em 2001 – e várias meias-maratonas, incluindo o Rock CF de 2014, no qual ele ficou em 4º lugar, em uma prova com outros 900 corredores.
Com a aprovação de seus médicos, Skampo faz o máximo que pode. Às vezes, A FC pode parecer inflexível. Ainda assim, ele disse que todos os pacientes com a doença devem, se puderem, participar de alguma atividade que motive o muco.
“É como ter pneumonia o tempo todo”, disse ele. “Você está sempre tossindo coisas, sempre um pouco ofegante. A FC afeta tudo em seu corpo, todos os seus órgãos. Tudo é mais difícil porque a função pulmonar é pior ”.
Depois que corre, Skampo normalmente tem algum tipo de tratamento, seja com técnicas manuais de fisioterapia ou com o auxílio do colete. Ele também tem outros tratamentos respiratórios e espera que uma mudança nos medicamentos no final do ano passado o ajude a se sentir melhor.
Mesmo com tudo isso, sua paixão pela corrida permanece intacta. Agora ele está focado em Boston, que ele disse que pode ser sua última. Independentemente de como ele termine, ele está esperando por um tempo melhor desta vez.
“Ainda é emocionante, e é sempre um privilégio”, disse ele. “Não é fácil de conquistar essa vaga e a principal razão pela qual estou correndo este ano é superar a frustração do ano passado. Isso realmente me incomodou”.
Skampo disse que se juntou a alguns grupos do Facebook para pessoas com FC e distúrbios semelhantes nos últimos anos. Ele conheceu várias pessoas que também concluíram maratonas ou realizaram longas corridas de bicicleta. Ele sabe que esses feitos são incomuns, mas para ele, também muito necessários.
“Eu reconheço que é extraordinário”, disse ele. “Mas, com FC, você precisa fazer muitos tratamentos e medicamentos. E você entende porque eles são importantes. Da mesma forma, você entende porque o treinamento é importante. É tão fácil afrouxar os tratamentos respiratórios quanto está funcionando, mas nós que fazemos essas coisas temos um maior senso de porque eles são importantes ”.
Referência: https://cysticfibrosisnewstoday.com/2019/03/12/cf-patient-joshua-skampo-preps-fourth-boston-marathon/?utm_content=buffer5843d&utm_medium=organic+social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer&fbclid=IwAR05ZFZd4gZeAxmFc4MC3AieQYHxpE-PftlYDDMA7nlVgezM33uSZokKS2E
Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

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