Fibrose Cística na Escola: 10 coisas que os professores devem saber

Comunicação IUPV - 05/02/2019 17:42

A entrada da criança na escola é marcante para todas as famílias, especialmente aquelas que possuem membros com Fibrose Cística (FC). Esse momento é uma mistura de sensações; crianças e pais ou responsáveis sentem, principalmente, animação, ansiedade, medo e insegurança.
Para ajudar com esse processo, o Unidos Pela Vida está lançando a série “Volta às aulas com Fibrose Cística”! Serão diferentes textos e materiais para auxiliar os pais e professores de crianças com FC nas escolas.
Antes de tudo, é importante que a equipe pedagógica da escola, os professores e demais funcionários, conheçam o que é a Fibrose Cística e suas principais características.
A Fibrose Cística, também conhecida como Mucoviscidose ou Doença do Beijo Salgado, é uma doença genética, causada pela mutação da proteína cystic fibrosis transmembrane conductance regulator (CFTR). Essa alteração faz com que toda a secreção produzida seja mais espessa que o normal, dificultando a sua eliminação.
Os principais sintomas da doença são: tosse crônica; pneumonia de repetição; diarreia; pólipos nasais; baqueteamento digital; suor mais salgado que o normal e dificuldade em ganhar peso e estatura.
Além das informações básicas sobre a doença e seus sintomas, separamos 10 fatos que os professores de crianças com FC devem saber:
1. Crianças com FC precisam da sua ajuda!
As crianças com FC, especialmente as menores, vão precisar da ajuda dos professores para cuidar de sua saúde e seguir com suas rotinas de tratamento. Por isso, ajude e garanta que os seus alunos seguirão com os tratamentos necessários durante o período escolar e que esse processo não traga impactos negativos para o dia a dia das aulas.
2. Crianças com FC sempre terão FC
As crianças com FC nasceram com a FC e a terão por toda vida. Como a doença é causada por mutação genética, significa que ela não é contagiosa e não se desenvolve apenas mais tarde na vida. Ainda não há cura, mas os tratamentos estão melhorando a qualidade de vida.
3. Crianças com FC e suas famílias precisam se dedicar muito, todos os dias, com o tratamento, para mantê-las saudáveis
A rotina diária de tratamento da FC inclui: fisioterapia respiratória, para manter os pulmões livre do muco; uso de broncodilatadores; ingestão de enzimas pancreáticas em todas as refeições; atividade física; dietas hipercalóricas; uso de antibióticos; e acompanhamento frequente com uma equipe multidisciplinar.
4. Crianças com FC podem ter muitas faltas
Por causa de infecções, é comum que as crianças com FC fiquem internadas, precisando faltar por vários dias consecutivos. É importante preparar atividades extras para que a criança possa recuperar o conteúdo perdido nesse período.
5. Crianças com FC podem ter uma tosse frequente
A tosse ocorre porque o muco nos pulmões das pessoas com FC é mais espesso e pegajoso do que o das pessoas sem a doença. Esse muco pode bloquear as vias aéreas e causar infecções repetidas, danificando os pulmões. A tosse é a maneira natural do corpo tentar deslocar e remover o muco dos pulmões para que ele possa ser eliminado. Por isso, a tosse não deve ser desencorajada.
6. Crianças com FC não tem apenas sintomas respiratórios
A FC é conhecida, principalmente, por seus sintomas respiratórios. Porém, a doença é multissistêmica, ou seja, ela pode afetar vários órgãos do corpo humano, como o pâncreas e causar a má absorção dos nutrientes; o fígado, levando à diabetes; os pólipos nasais; dentre outros.
7. Crianças com FC são mais vulneráveis aos germes (bactérias, vírus e fungos)
Para ficarem saudáveis, as pessoas com FC devem evitar entrar em contato com germes causadores de doenças. Para isso, é fundamental realizar a higiene das mãos frequentemente (lavar com água e sabão ou usar álcool em gel) e cuidar com a ventilação da sala, especialmente quando outros colegas estiverem resfriados.
8. Crianças com FC não devem ficar próximas de outras crianças ou adultos com a doença
A maioria das pessoas com FC possuem em seus pulmões bactérias ou fungos que não são prejudiciais para outras pessoas, mas podem fazer muito mal para quem também tem FC. Por isso, é recomendado que as pessoas com a doença mantenham uma distância mínima de 6 passos de distância entre si.
9. As crianças com FC podem ter desidratação no verão
A desidratação pode acontecer de maneira muito rápida em qualquer pessoa. Em pessoas com FC, essa velocidade é ainda maior, principalmente em dias mais quentes e com o tempo úmido. Por isso, é preciso tomar alguns cuidados para evitar que ela aconteça, como ingerir uma quantidade maior de líquidos e alimentos que contenham uma quantidade extra de sal.
10. Crianças com FC devem ser tratadas da mesma forma que seus colegas
As crianças com FC terão suas próprias experiências, pensamentos, ideias, preferências e comportamentos, como qualquer outra criança. A doença faz parte da vida delas, porém não deve ser um motivo para limitar a experiência na escola.
Agora que você já sabe todos esses aspectos que envolvem o dia a dia de uma criança com Fibrose Cística na escola, você estará mais preparado para auxiliar e garantir que essa experiência seja a melhor possível para todos.
Caso tenha dúvidas, não deixe de entrar em contato com os pais de seu aluno com FC ou fale com o Unidos Pela Vida pelo WhatsApp (41) 99636-9493 ou e-mail contato@unidospelavida.org.br
 
Fonte: Cystic Fibrosis Trust. Cystic Fibrosis here for schools. 2016. Disponível em: https://www.cff.org/Life-With-CF/Daily-Life/CF-and-School/.
Tradução: Julianna Rodrigues Beltrão, acadêmica do 9º período de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR); presidente da Liga Acadêmica de Humanização do Cuidado em Saúde (LAHCS); estagiária de Psicologia do Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística.
Revisão: Verônica Stasiak Bednarczuk de Oliveira, psicóloga – CRP 08/16.156, especialista em análise do comportamento, fundadora e diretora geral do Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística, diagnosticada com FC aos 23 anos de idade.
Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

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