Depoimento Rod Marshdale – O sonho e a coragem para praticar o triatlo
Comunicação IUPV - 05/02/2019 10:49Quando Rod Marshdale se preparou para estar na largada do IRONMAN 70.3 Sunshine Coast, o maior evento de triatlo da Austrália, ele desafiou todas as probabilidades e usou sua coragem, determinação e paixão para conquistar seu principal objetivo: competir em um grande evento e inspirar todas as pessoas a seguirem seus sonhos.
Rod tinha 3 anos de idade, nos anos 1970, quando foi diagnosticado com Fibrose Cística. Naquela época, ainda não existiam as mesmas condições de tratamentos que hoje, por isso, foi dito para seus pais que Rod teria apenas 10 anos de vida. Para conseguir as melhores oportunidades, a família então se mudou de uma pequena fazenda para a capital.
“Quando criança, eu fazia o meu tratamento duas vezes por dia, uma hora de cada vez. Minha mãe cozinhava as dietas hipercalóricas e estava determinada a cuidar de mim. Apesar de eu ser sempre desafiador e gostar de aventuras, eu sempre me lembrava da importância do tratamento”, relata Rod.
Durante sua adolescência, Rod teve 3 infecções pulmonares graves que o fizeram ficar internado por muitos meses. Sobre suas internações, Rod afirma “Eu ficava com medo de estar lá, porque sabia o que acontecia naquele local. Eu não lidava bem com a situação e não sabia o que estava acontecendo. No terceiro dia da minha internação, infelizmente, uma menina de 14 anos com Fibrose Cística faleceu. Porém, alguns dias depois, conheci um menino com FC que tinha 18 anos, com músculos e uma ótima saúde. Isso me deu esperança”.
“Crescer é difícil. Agora crescer tendo Fibrose Cística, sem poder estar em contato com outras crianças, ficar internado e saber que você tem baixa expectativa de vida, é realmente complicado. Naquela época, ninguém com FC criava algum plano para o futuro”.
“Saber que eu poderia estar morto quando eu tivesse 25 anos me impactou, mas eu continuei vivendo e tentando” explicou Rod. “Eu continuei ligando e comecei a fazer exercícios para lidar melhor com minha dor emocional. Eu não podia escapar da dor, então resolvi abraçá-la. Comecei a fazer exercícios e se tornou uma aventura para mim, por isso melhorei tanto. Antes eu não conseguia nem correr por causa da minha dificuldade de respirar, mas aos poucos, fui melhorando”.
Em 2015, a saúde de Rod piorou gravemente e ele recebeu o transplante de pulmão duplo, que foi como uma nova vida. “Foi um ano difícil antes do transplante. Eu andava de cadeiras de rodas e usava oxigênio o tempo todo. De alguma forma, consegui chegar aos 45 anos de idade e o meu milagre aconteceu: o presente de um par de pulmões. Soube que aquela seria minha nova chance de fazer a diferença”.
Após a recuperação do transplante, Rod não perdeu tempo em colocar seus novos pulmões para trabalhar. “Levantar depois do transplante é fundamental e eu me esforcei para isso. O poder da mente é a chave. Encher meus pulmões de ar pela primeira vez foi uma sensação que eu queria que todos pudessem experimentar. Eu passei de poder respirar 800 ml para 5 litros e não tenho palavras para descrever essa emoção”.
Rod continuou melhorando e ficando mais forte. Um ano depois do transplante, ele competiu nos Australian Transplant Games e ganhou três medalhas de prata na natação. Depois, ele passou a representar a Austrália nos Jogos Mundiais de 2017 na Espanha, e voltou para casa com um objetivo: completar uma prova de triatlo.
“Eu quero fazer isso para encorajar e inspirar qualquer pessoa com Fibrose Cística ou com outras condições limitantes, a acreditarem que podem ter uma vida longa e feliz, se eles apenas se comprometerem”, disse Rod. “Não é uma vida ‘normal’ com FC, mas também não é nada menos que o comum. Eu aprendi a me esforçar e adoro isso. Eu amo realizar exercícios físicos e é a chave para tudo”.
Fonte: Rod’s Courage Breathes New Life Into IRONMAN Dream. IronMan 70.3 Sunshine Coast. 23 de Agosto de 2018. Disponível em: http://m.ap.ironman.com/triathlon/events/asiapac/ironman-70.3/sunshine-coast/events/news/courage-breathes-new-life-into-ironman-dream.aspx#axzz5Of8bI7sG.
Tradução: Julianna Rodrigues Beltrão, acadêmica do 9º período de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR); presidente da Liga Acadêmica de Humanização do Cuidado em Saúde (LAHCS); estagiária de Psicologia do Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística.
Revisão: Verônica Stasiak Bednarczuk de Oliveira, psicóloga – CRP 08/16.156, especialista em análise do comportamento, fundadora e diretora geral do Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística, diagnosticada com FC aos 23 anos de idade.
Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.