Família doadora: o SIM da família do Santiago salvou vidas

Comunicação IUPV - 18/12/2020 06:47

Em 2020, mais de 38 mil pessoas seguem na fila de transplante aguardando por um órgão compatível que permitirá a realização do procedimento. São milhares de brasileiros que aguardam o tão esperado SIM de uma família doadora que poderá mudar suas vidas. 

Isso porque, no Brasil, para o transplante ser realizado é necessário que a família do doador autorize a doação dos órgãos. Foi o que aconteceu com a Roberta Bortolini e o Júlio Neto, pais do Santiago.

“O Santi era um menino puro de corpo e alma, carinhoso, amigo e companheiro. Sempre se destacava na escola, adorava inglês e estudava música também. Era gremista apaixonado pelo time tricolor e sonhava em ser neurologista e político. Ele sempre teve uma ótima saúde, era muito bem cuidado, mas em um domingo pela manhã, em casa, passou mal pela primeira vez. Foi quando descobrimos a doença que o levou dos nossos braços, mas que nunca o tirará dos nossos corações. Foram vários momentos de angústia, mas também de muita luta. O Santiago lutou muito, ele queria viver e surpreendeu a todos com sua recuperação nos 40 dias que ficou internado”, relembrou Roberta.

Após a alta hospitalar, a rotina de toda a família mudou, e em casa, a luta pela vida de Santiago seguiu com a realização de fisioterapia, hidroterapia, acompanhamento com fonoaudiólogo, psicólogo e outros profissionais que atuaram bravamente para a sua recuperação.

“No dia em que iríamos realizar a primeira sessão de radiocirurgia, em 16 de dezembro de 2019, Santi passou muito mal e precisou ser internado, mas se recuperou e voltou para casa na véspera do Natal. A felicidade tomou conta de todos nós. Fizemos uma linda ceia de Natal, do jeito que ele queria. No dia 29 de dezembro, infelizmente, tudo mudou. O aneurisma se rompeu e no dia 01 de janeiro de 2020 foi confirmada a morte encefálica e nosso anjo foi morar no céu”, contou Roberta.

O Santiago foi o primeiro doador de órgãos do ano de 2020, um verdadeiro herói que pode salvar vidas após a autorização da sua família em relação à doação. De acordo com Roberta, esse ato de amor e generosidade foi apenas um reflexo de todos os valores transmitidos pelo Santiago durante toda a sua vida.

“Ele era o melhor filho do mundo e nossa decisão, minha e do meu marido Júlio, não poderia ter sido diferente. O Santi era um menino do bem, preocupado com o próximo, e dizer SIM para a doação dos seus órgãos foi algo que, sem dúvidas, refletiu todo o amor que ele transmitiu no tempo em que esteve conosco. Hoje, meu amado Santi vive na minha alma, na alma da nossa família e de todas as pessoas que tiveram a sorte de conhecê-lo. Ele também vive em cada receptor que agora carrega um pedacinho do nosso amado filho dentro de si”, afirmou Roberta.

Roberta faz questão de ressaltar o quão cuidadosa e empática foi a abordagem e conversa dos profissionais da saúde no momento de colocar em pauta a possibilidade da doação de órgãos para a família de Santiago.

“Foi uma abordagem totalmente empática e feita por profissionais extremamente competentes no trabalho que realizam. Tenho uma eterna gratidão a equipe do Hospital São José da Santa Casa de Porto Alegre, pois cuidaram muito bem do nosso amado filho e tiveram todo o cuidado do mundo no momento de conversar conosco sobre a doação de órgãos. Não tenho dúvidas de que essa abordagem fez toda a diferença e reforçou ainda mais a nossa vontade de dizer SIM para a doação”, contou.

Desde este momento, Roberta se dedica todos os dias pela divulgação da importância da doação de órgãos no Brasil, atuando fortemente para conscientizar outras famílias sobre como o SIM pode mudar vidas e trazer muito amor e solidariedade em um momento difícil para todos.

“O Santi faz parte da nossa família e também de cada pessoa que o conheceu. Agora, ele também faz parte de cada pessoa que se emociona e se inspira com sua linda história de vida e de doação de órgãos. Trabalharei todos os dias para que o exemplo do nosso amado Santiago inspire cada vez mais e motive outras pessoas a também manifestarem sua vontade de ser doador e conversar com suas famílias”, afirmou.

Além de atuar na divulgação da importância da doação de órgãos, Roberta também atua ao lado de outras famílias doadoras para manter a lembrança de seus filhos viva no ambiente familiar, mas também perante a sociedade, e com isso, mostrar por meio do exemplo como esse ato de amor e generosidade pode transformar a vida das pessoas que estão a espera de um transplante.

“O meu filho amado partiu precocemente, com apenas 14 anos, e no pior momento da minha vida e da minha família, tivemos forças para dizer SIM à doação de órgãos. O Santi é sinônimo de amor, então a nossa decisão não poderia ter sido diferente, afinal, a doação é uma grande prova de amor pelo próximo. Hoje o meu amado Santiago vive na minha memória, na minha alma, na minha família e em cada receptor que teve uma nova chance e que carrega um pedacinho dele para sempre. Tenho certeza de que meu amado Santiago, lá no céu, está feliz e orgulhoso do nosso SIM. Lá de cima ele me envia forças diariamente para seguir o legado que ele deixou, legado de amor ao próximo por meio da doação de vida. Desejo, do fundo de meu coração, que a história do Santi sirva de exemplo, motivação e inspiração para outras famílias. Faço isso pelo Santi, pela minha família, por cada paciente em lista, pelas famílias doadoras e pelos futuros doadores e receptores”, finalizou Roberta.

Seja doador de órgãos! Avise sua família da sua vontade, abra esse diálogo tão importante entre seus amigos e familiares, e deixe a vida prosseguir!

Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

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