Depoimento Beatriz Souza – O transplante me deu a vida que eu nunca tive

Comunicação IUPV - 03/06/2019 12:07

Conheça um pouco mais sobre a Beatriz Souza Estrêla. Ela tem 20 anos, mora em Salvador/BA e foi diagnosticada com Fibrose Cística aos 6 anos de idade. Os sintomas da doença se apresentavam desde que nasceu, porém, sempre que ela realizava o Teste do Suor, os resultados eram negativos ou duvidosos para a Fibrose Cística. Foi somente quando completou 6 anos que recebeu o diagnóstico definitivo.

Antes do diagnóstico, os principais sintomas apresentados pela Beatriz eram as pneumonias de repetição, muita falta de ar e febre. “Mesmo sem o diagnóstico, desde os meus 6 meses de idade eu já era tratada como uma paciente com Fibrose Cística. Na época, realizava as fisioterapias respiratórias. Minha médica suspeitava muito que eu tinha a doença, principalmente porque minhas unhas são diferentes, pois tenho baqueteamento digital. Quando finalmente fui diagnosticada, iniciei o tratamento completo no Hospital das Clínicas de Salvador. Após uma certa idade, eu passei a ser acompanhada no hospital Otávio Mangabeira, por mais de 8 anos, onde conclui meu tratamento”, relembrou Beatriz.

E quando o assunto é adesão ao tratamento, Beatriz reconhece que, no começo, foi um pouco resistente e não realizava todos os procedimentos, chorava por não entender o porquê de tudo ter que ser daquela forma. Mesmo assim, nunca deixou de tomar todos os medicamentos que lhe eram recomendados.

Transplante

Em abril de 2018, Beatriz realizou um transplante pulmonar. Ela esperou 9 meses na fila por um órgão que fosse compatível, mas a espera valeu a pena. Agora, a cada 3 meses, Beatriz precisa voltar para Porto Alegre/RS para fazer todos os exames e revisões, acompanhando a sua saúde e a dos seus novos pulmões.

“Após o transplante, não uso mais os medicamentos para a Fibrose Cística, apenas os específicos para transplantados. Sigo praticando atividades físicas diariamente. Eu sempre gostei de exercícios e após o transplante, como não sinto mais falta de ar, isso se tornou algo ainda mais prazeroso para mim”, disse

Hoje em dia, ela frequenta a academia, mas pretende começar a surfar em breve. “Minha vida após o transplante está a melhor possível. Não preciso mais das inalações, não fico internada com frequência, não sinto mais falta de ar. Eu realmente estou vivendo a melhor época da minha vida. O transplante me deu a vida que eu não tinha”, conta Beatriz.

Futuro

Após o transplante pulmonar, Beatriz começou a enxergar a vida com outros olhos. Sonhos e planos que antes pareciam distantes, hoje são realidade e fazem parte dos seus objetivos para o futuro. “Acabei de entrar na faculdade de Direito, faço curso de inglês e estou muito, muito feliz. Eu não vi a hora de voltar aos estudos e começar a aprender novamente. Estou muito empolgada”, conta.

“Para todas as pessoas com Fibrose Cística que estão na fila do transplante, peço que nunca desistam. A espera é apenas um obstáculo que vale a pena vencer. A vida é uma escalada, mas a vista é ótima. Não desistam! E para as pessoas com Fibrose Cística no geral e seus familiares, digo que a batalha que lutamos todos os dias para tentar ter uma vida normal é realmente dura. Mas lutem! Lutem, façam tudo certo, sigam com o tratamento, porque a vida é linda. Não se esqueçam: somos feitos de fibra”, finaliza Beatriz.

Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

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