Ciência é pauta durante comunicado do presidente americano Barack Obama

Instituto Unidos pela Vida - 26/01/2015 08:30

barack obamaCiência é um assunto raramente debatido pelo presidente americano durante o discurso anual sobre o estado da União. O discurso realizado no dia 20 de janeiro  pelo presidente Barack Obama manteve essa tradição, mas também foi utilizado a fim de estabelecer uma forte defesa das políticas de seu governo com foco no combate à mudança climática, e também para dar uma amostra da nova iniciativa chamada de “Medicina de Precisão”, que tem por objetivo explorar a genética e outras informações da área, focando no aprimorando do tratamento de doenças.

“Quero que o país que eliminou a Poliomielite e mapeou o genoma humano lidere uma nova era da medicina que proporciona o tratamento certo, na hora certa”, disse Obama. “Em alguns pacientes com Fibrose Cística, esse enfoque mudou o conceito de uma doença que se pensava ser impossível de conter. Nesta noite, estou dando início a uma nova Iniciativa de Medicina Preventiva, para nos aproximar ainda mais da cura de doenças como câncer e diabetes, e para dar a todos nós o acesso à informação que precisamos para manter a nós mesmos e nossas famílias mais saudáveis”.

A Casa Branca ainda não divulgou quaisquer outros detalhes sobre a iniciativa, como se vai envolver um financiamento adicional para investigação biomédica, mas parece referir-se a uma área de pesquisa em rápido crescimento, também conhecida como “medicina personalizada”. O enfoque personalizado tenta ter em conta a composição biológica única de cada pessoa para desenvolver tratamentos eficazes e evitar o uso daqueles que não irão funcionar. Saber que um câncer contém certas características genéticas, por exemplo, pode ajudar os médicos a escolher os melhores medicamentos.

A referência de Obama no tratamento da Fibrose Cística pareceu, em parte, ser uma referência ao estudante de medicina William Elder Jr., de Colorado na Flórida, o qual a Casa Branca convidou para sentar-se com a primeira dama Michelle Obama na plateia. Elder “foi diagnosticado com Fibrose CísticaC quando ele tinha oito anos de idade, numa época em que pacientes com a doença tinham como expectativa de vida até a idade adulta”, de acordo com um comunicado da Casa Branca. “Mas graças a uma colaboração única entre a Fundação de Fibrose Cística, pacientes, pesquisadores e uma empresa farmacêutica, Bill, hoje com 27 anos, espera ter uma vida longa e plena. Ele usa como forma de tratamento uma medicação que tem como alvo a causa subjacente da doença, destinada a um pequeno grupo de pacientes com Fibrose Cística.”

Ao abordar as questões climáticas, Obama disse que “2014 foi o ano mais quente do planeta no registro. No momento, um ano não faz tendência, mas isto faz: 14 dos 15 anos mais quentes já registrados se deram nos primeiros 15 anos deste século”.

Eu ouvi algumas pessoas tentando escapar das evidências afirmando que não são cientistas, que não temos informações suficientes para agir”, continuou ele, em um comentário claramente destinado a políticos republicanos que usaram essa linha, em um esforço para evitar tomar uma posição sobre a confiabilidade da ciência do clima. “Bem, eu também não sou um cientista. Mas sabe, eu conheço ótimos cientistas da NASA, da NOAA e de nossas grandes universidades. Os melhores cientistas do mundo estão nos dizendo que nossas atividades estão mudando o clima e, que se não agirmos com força, vamos continuar a ver o aumento dos oceanos, aumento das ondas de calor, secas e inundações perigosas e perturbações maciças que podem desencadear um aumento da migração, além de conflitos e fome ao redor do globo. O Pentágono afirma que as mudanças climáticas representam riscos imediatos para a nossa segurança nacional. Devemos agir como tal.”

“E é por isso … que ao longo dos últimos seis anos, fizemos mais do que nunca para combater as mudanças climáticas, desde a forma como produzimos energia, até a forma como a usamos”, disse Obama. “E é por isso que não vou deixar o Congresso prejudicar a saúde dos nossos filhos. Estou determinado a garantir de que a liderança americana impulsionará a ação internacional. Em Pequim, fizemos um anúncio histórico – de que os Estados Unidos irá dobrar o ritmo para cortar a poluição por emissão carbono. Além disso, a China também se comprometeu, pela primeira vez, a limitar as suas emissões. E uma vez que as duas maiores economias do mundo reuniram-se, outras nações estão agora intensificando-se, e oferecendo a esperança de que, este ano, o mundo vai finalmente chegar a um acordo para proteger o planeta que temos”. Esta não foi a primeira vez em que Obama se pronunciou sobre as alterações climáticas. No discurso do ano passado, ele afirmou categoricamente que “a mudança climática é um fato.”

Outro convidado da Casa Branca no meio da multidão era Nicole Hernandez Hammer, ativista climática, que tem focado seu trabalho nos impactos das mudanças climáticas na Flórida. Nicole, que se mudou da Guatemala para os Estados Unidos quando criança, “estudou como as cidades e as regiões mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas e à subida do nível do mar também têm um grande número de população hispânica – algo que ela aprendeu em primeira mão crescendo no sul da Flórida”, de acordo com um comunicado da Casa Branca. Antes de se tornar diretora de projetos do Centro de Estudos Ambientais da Universidade Florida Atlantic, Nicole realizou consultoria na Union of Concerned Scientists e agora trabalha na Moms Clean Air Force, um grupo que busca promover a conscientização do público sobre os impactos da mudança climática na saúde das crianças.

Um terceiro convidado, que foi parabenizado por Obama durante o discurso, foi o astronauta da NASA Scott Kelly, que está previsto este ano para se tornar o primeiro americano a tentar uma estadia de um ano a bordo da Estação Espacial Internacional. Scott Kelly e seus colegas de tripulação “irão realizar centenas de experimentos de pesquisa e trabalhar com desenvolvimento de tecnologia de ponta, a qual irá inspirar os alunos “aqui em casa”, em ciência, tecnologia, engenharia e matemática”, diz o comunicado da Casa Branca. Os cientistas também irão comparar os dados médicos de Scott e Mark, para entender como o corpo humano reage a períodos mais longos no espaço, informação essa que poderia ser útil para o planejamento de uma futura missão a Marte, conforme sugeriu a Casa Branca.

“No mês passado, lançamos uma nova nave espacial como parte de um revitalizado programa espacial que irá enviar astronautas americanos a Marte”, disse Obama. “Em dois meses, a fim de se preparar para essas missões, Scott Kelly vai começar uma estadia de um ano no espaço. Boa sorte capitão, e certifique-se de colocar tudo no Instagram”.

Texto original: aqui 

Traduzido por Leandro de Oliveira Martins: Graduado em Recursos Humanos pela Faculdade Tecnológica OPET – Curitiba, professor de Inglês na Global Language School, atua como voluntário no Hospital Cajuru no acompanhamento solidário de pacientes e é voluntário de Relações Internacionais no Instituto Unidos pela Vida, também colaborando com a tradução de textos técnicos para publicação em nosso site.

Nota importante: As informações aqui contidas têm cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

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