Fibrose cística, transplante e mercado de trabalho – Por Lucas Rocha
Comunicação IUPV - 15/06/2022 07:25Lucas Rocha tem fibrose cística e é transplantado pulmonar
Sabemos que a pessoa diagnosticada com fibrose cística, muitas vezes, tem uma grande dificuldade para trabalhar e estudar por conta da sua rotina de tratamento que envolve várias etapas, como uso de medicamentos, fisioterapia respiratória, prática regular de atividades físicas, entre outras. Quando ela entra para a fila de transplante, tem que “pausar” a sua vida para aguardar o procedimento e também por não conseguir trabalhar por conta da sua saúde frágil.
Depois disso, quando a pessoa com fibrose cística consegue realizar o transplante e passa do período pós-operatório e pela recuperação, é comum que ela tenha o seu benefício “indeferido” pelo INSS. Sendo assim, precisa voltar ao mercado de trabalho para manter o seu sustento. É neste momento, na tentativa de retomada, que as dificuldades aparecem e, junto com elas, os problemas relacionados à saúde mental.
Eu tenho fibrose cística e realizei um transplante pulmonar. Ao viver essa realidade, penso que as empresas deveriam ter uma cota para transplantados de pelo menos 5%. Com isso, o Governo “entraria” no meio com acordos relacionados para firmar essa lei em conjunto, dando mais oportunidades para essas pessoas que buscam uma nova chance no mercado de trabalho.
Exemplo disso é o programa Jovem Aprendiz, em que o Governo isenta as empresas de algumas questões relacionadas à burocracia, visto que o Brasil é um dos países mais burocráticos do mundo. Penso que as empresas devem, junto ao Governo, ter uma cota para raros transplantados, já que é uma comunidade pouco vista e uma das menos respeitadas, no âmbito profissional e fora dele. Queremos ser mais vistos e receber olhares de normalidade, pois pessoas com fibrose cística transplantadas podem fazer tudo que quiserem, mesmo que em alguns momentos limitações apareçam. Somos capazes de conquistar tudo que sonhamos!
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Nota importante: As informações aqui contidas têm cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e/ou o tratamento médico. Em caso de dúvidas, fale com seu médico.