Depoimento – Jéssica Inês Zanatto
Comunicação IUPV - 05/08/2019 09:30Eu me chamo Jéssica Inês Zanatto, tenho 25 anos e fui diagnosticada com Fibrose Cística quando tinha 4 anos de idade, um diagnóstico tardio. Eu estava lutando contra algo que eu não descobria o que era. Ao longo do tempo, passei por vários procedimentos e internações na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), quase sem expectativas.
No começo, os médicos que acompanhavam minhas diversas e longas visitas ao hospital acreditavam que o meu problema era o lábio e o palato aberto. Para eles, isso explicava minhas frequentes pneumonias, diarreias frequentes, vômitos e desnutrição. Eu não conseguia me alimentar e muito menos respirar.
Eu não sabia, ninguém sabia, mas tudo isso eram sinais de que eu tinha Fibrose Cística. Permaneci no escuro até que um médico, um verdadeiro anjo, o Dr. Otacílio (jamais esquecerei esse nome) descobriu o que eu tinha e cuidou de mim. Nessa mesma época, a fisioterapeuta Corina Pinelli Santos também foi outro anjo em minha vida, que cuidou de mim com muito amor e carinho.
Ao receber o diagnóstico e finalmente saber o que causava todos os sintomas que citei, pude iniciar o tratamento e ter mais saúde e qualidade de vida. Eu terminei meus estudos no ensino médico e atualmente faço um curso técnico em Nutrição e Dietética.
Atualmente, boa parte dos meus dias são dedicados ao tratamento para a Fibrose Cística. Todos os dias eu faço inalação, fisioterapia respiratória, manobras para ajudar a expectorar. Limpar o meu pulmão é extremamente importante!
Eu adoro praticar atividades físicas de maneira regular, pois sei o quanto essas atividades são importantes para a melhora na minha capacidade pulmonar. Por isso, três vezes por semana, faço algum exercício. Eu sempre fui muito tranquila em relação ao tratamento, tanto dentro como fora de casa. Eu não deixo de tomar as enzimas pancreáticas quando vou fazer uma refeição fora de casa, por exemplo.
Eu sempre tive muita maturidade, desde pequena, para fazer as coisas direito, seguir horários, e isso traz resultados positivos para a minha adesão ao tratamento. Na escola, tudo sempre foi muito tranquilo e eu nunca tive nenhum problema relacionado à Fibrose Cística por lá. Inclusive, quando era criança, dei uma palestra para explicar aos meus colegas o que é a doença.
Eu também gosto muito de compartilhar minha rotina em minhas redes sociais, principalmente nos stories do Instagram. Gosto de explicar para as pessoas, as que conheço e as que não conheço também, um pouco mais sobre como a Fibrose Cística afeta a minha rotina diária. Muitas pessoas sabem o que tenho, mas desconhecem os impactos disso no meu dia a dia. É uma luta diária, mas tudo vale a pena.
Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.