Nobel de Química 2020 premia Emmanuelle Charpentier e Jennifer A. Doudna pelo desenvolvimento do Crispr, método de edição do genoma

Comunicação IUPV - 07/10/2020 13:44
Foto: Eloy Alonso REUTERS

No dia 07 de outubro de 2020 a Academia Real de Ciências da Suécia anunciou as vencedoras do Prêmio Nobel de Química 2020: Emmanuelle Charpentier e Jennifer A. Doudna. É a primeira vez na história da premiação que duas mulheres vencem um Nobel de Química juntas.

As pesquisadoras desenvolveram o Crispr/Cas9, método de edição do genoma, uma tesoura genética que permite a edição com precisão do DNA de animais, plantas e microorganismos. A descoberta da ferramenta foi publicada na revista científica Science, um dos periódicos mais importantes do mundo, em junho de 2012.

De acordo com o comitê do Prêmio Nobel, a ferramenta impactou as ciências da vida de uma maneira revolucionária e já está contribuindo para o desenvolvimento de novas terapias contra o câncer, além de poder tornar realidade a cura de doenças hereditárias.

De acordo com o Biólogo e presidente da Associação Carioca de Assistência à Mucoviscidose (ACAM-RJ), Cristiano Silveira, a ferramenta traz perspectivas animadoras para pessoas com doenças genéticas.

“Há oito anos um artigo na revista Science falava sobre imunidade adaptativa de bactérias contra ataques virais e descrevia o Crispr. E que importância tem isso? Toda! Surgia ali a ferramenta de edição genética mais poderosa e que abriria caminho para investigação de tratamentos revolucionários para doenças genéticas e uma infinidade de outras aplicações”.

De acordo com o Médico Geneticista, Dr. Salmo Raskin, o reconhecimento da comunidade científica internacional à técnica Crispr é um momento extremamente importante para todas as pessoas que nasceram com uma das mais de oito mil doenças genéticas existentes.

“Este dia ficará para a história como o momento em que  comunidade científica internacional reconheceu, por meio do seu prêmio mais importante, que a técnica de Crispr, feita para corrigir e editar o material genético, tem o potencial de curar doenças até então incuráveis. É um momento único na história da ciência, único na história dos médicos geneticistas, mas principalmente, único na história da esperança de quem tem uma doença genética como a fibrose cística. Não temos dúvidas de que está próximo o dia em que a fibrose cística poderá ser curada por edição genética e é um orgulho e honra para todos nós que atuamos nessa área saber que estamos presentes neste momento esperado por muitas décadas”.

Sobre as pesquisadoras

Emmanuelle Charpentier é francesa, tem 51 anos e é diretora do Instituto Max Planck de Biologia de Infecções na cidade de Berlim, na Alemanha. Já Jennifer Doudna é americana, tem 56 anos e é professora na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos.

Por Kamila Vintureli

Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

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