Saiba mais sobre o Complexo Burkholderia Cepacia (B. Cepacia)

O complexo Burkholderia cepacia (B. cepacia) é formado por diferentes espécies de bactérias encontradas no ambiente natural. Algumas dessas espécies representam sérios riscos à saúde de uma pessoa com fibrose cística.

Confira alguns destaques sobre o tema:

• O complexo Burkholderia cepacia (B. cepacia) é formado por diferentes espécies de bactérias encontradas no ambiente natural
• Existem quase 20 espécies diferentes do complexo B. cepacia
• As bactérias Burkholderia costumam ser resistentes a muitos antibióticos, o que as torna difíceis de tratar quando infectam os pulmões. No entanto, algumas espécies podem ser tratadas com sucesso com combinações de antibióticos.

Existem quase 20 espécies diferentes do complexo B. cepacia. As espécies encontradas com mais frequência em pessoas com fibrose cística são:

• B. cenocepacia
• B. multivorans
• B. vietnamiensis
• B. dolosa
• B. cepacia

Embora não seja um membro do complexo B. cepacia, B. gladioli é outra espécie de Burkholderia que pode ser encontrada nos pulmões de pessoas com fibrose cística.

As bactérias Burkholderia costumam ser resistentes a muitos antibióticos, o que as torna difíceis de tratar quando infectam os pulmões. No entanto, algumas espécies podem ser tratadas com sucesso com combinações de antibióticos.

Práticas básicas de prevenção e controle de infecções reduzem o risco de contrair ou disseminar B. cepacia. Essas bactérias representam pouco risco médico para pessoas saudáveis. No entanto, algumas pessoas que têm uma doença grave, como câncer ou síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS), podem estar em risco de infecção por essas bactérias.

B. Cepacia e fibrose cística

A forma como as espécies do complexo B. cepacia afetam as pessoas com fibrose cística varia e os pesquisadores ainda não sabem por que algumas pessoas com a doença têm maior probabilidade de contrair B. cepacia do que outras.

Em muitas pessoas com fibrose cística, a infecção por B. cepacia pode não piorar a doença pulmonar. Em até um terço das pessoas infectadas com B. cepacia, a taxa de declínio da função pulmonar parece ser apenas um pouco mais rápida. No entanto, para um número menor de pessoas, a B. cepacia pode causar um rápido declínio na função e saúde pulmonar. Isso pode levar a doenças pulmonares mais graves.

Entre as diferentes espécies do complexo B. cepacia, algumas podem ser mais prejudiciais do que outras (por exemplo, B. cenocepacia e B. dolosa). A Cystic Fibrosis Foundation (CFF) está trabalhando com pesquisadores para aprender mais sobre o complexo B. cepacia e ajudar a identificar novos tratamentos.

Como se espalha

Nem sempre se sabe como as pessoas com fibrose cística se infectam com o complexo B. cepacia. Pesquisas mostram que indivíduos com a doença podem contrair B. cepacia de outras pessoas infectadas com essa bactéria. Os germes se espalham por contato direto, como beijos, ou indiretamente, ao tocar em objetos com os germes, como maçanetas. Isso é conhecido como infecção cruzada e pode acontecer em ambientes sociais como eventos, encontros ou reuniões.

Em alguns casos, a infecção compartilhada não foi encontrada nos pulmões de uma pessoa com fibrose cística até dois anos após a exposição a outra pessoa infectada com o germe. Para muitos indivíduos com a doença, a infecção pelo complexo B. cepacia não pode ser rastreada até a exposição a outra pessoa infectada. Nesses casos, a infecção pode ter ocorrido por exposição à Burkholderia no ambiente natural.

Diagnosticando B. Cepacia

Quando um médico ou outro profissional da saúde obtém uma cultura de garganta ou escarro de uma pessoa com fibrose cística, o laboratório testa a cultura de uma maneira específica para ajudar a encontrar qualquer espécie do complexo B. cepacia. Pergunte ao seu centro de tratamento de fibrose cística sobre os resultados de sua última cultura de garganta ou escarro. Lembre-se de que as evidências médicas mostram que todas as pessoas que vivem com a doença podem ter germes que podem se espalhar para outras pessoas com fibrose cística. Além disso, as culturas de escarro podem não encontrar todos os germes que se espalham entre esses pacientes. 

Pesquisa sobre B. Cepacia

A CF Foundation está apoiando pesquisas sobre o complexo B. cepacia para encontrar novas maneiras de prevenir ou eliminar infecções pulmonares causadas por essas bactérias em pessoas com fibrose cística. Alguns pesquisadores estão estudando novas classes inteiras de antibióticos para combater bactérias do complexo B. cepacia.

Além disso, pesquisas científicas básicas estão em andamento para descrever as diferenças entre as espécies do complexo B. cepacia. A CFF apoia o Laboratório e Repositório de Pesquisa B. cepacia na Universidade de Michigan, Ann Arbor. O laboratório é um recurso para a comunidade médica da fibrose cística para ajudar os pesquisadores a identificar espécies complexas de B. cepacia, investigar sua disseminação e armazenar amostras para futuros estudos de pesquisa.

O laboratório também permite que os cientistas aprendam mais sobre como a B. cepacia causa a infecção e ajudem a encontrar novos tratamentos para pessoas com fibrose cística. Os centros de atendimento podem enviar culturas de escarro ao laboratório para confirmar e identificar as espécies específicas do complexo B. cepacia.

Fonte: https://www.cff.org/managing-cf/burkholderia-cepacia-complex-b-cepacia. Acesso em 11 de janeiro de 2023.

Traduzido por: Mariana Camargo, biomédica, PhD e mãe da Sofia, diagnosticada com fibrose cística.

Revisão: Verônica Stasiak Bednarczuk de Oliveira, fundadora e diretora executiva do Unidos pela Vida, diagnosticada com fibrose cística aos 23 anos. Psicóloga, especialista em análise do comportamento, tem MBA em Direitos Sociais e Políticas Públicas e Mestranda em Ciências Farmacêuticas com ênfase em Avaliação de Tecnologias de Saúde pela Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Quer fortalecer o trabalho realizado pelo Unidos pela Vida? Clique aqui e escolha a melhor forma de fazer uma doação. 

Nota importante: As informações aqui contidas têm cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e/ou o tratamento médico. Em caso de dúvidas, fale com seu médico.