Vacina: primeira dose de um novo tempo

Por Talita Cauper, jornalista, colunista do Unidos pela Vida e mãe do Pablo, de 8 anos e diagnosticado com fibrose cística

“Amor, estou indo buscar o Pablo. A vacina dele acabou de ser liberada”.  E assim corri para a escola para buscá-lo no meio da aula. Não podia esperar mais nem um minuto, impossível adiar este momento. Um ano, 10 meses e sete dias depois de entrarmos em lockdown, finalmente chegou a vez do Pablo, ele seria vacinado contra a covid-19.

Nunca tinha visto meu filho tão animado para tomar uma vacina, falando que agora ficaria mais forte, que poderia visitar e abraçar os avós e passar as férias na praia, realizar todos os planos que fizemos durante o período de distanciamento.

O medo da picadinha foi substituído por uma euforia e alívio sem precedentes, acompanhados de uma enxurrada de perguntas para a enfermeira: “meu braço vai doer? Vou ter febre? Agora estou protegido, né? Claro que estou, a vacina só faz bem!”. De fato, a vacina só faz bem. Tão bem que não teve nenhum efeito adverso, nem mesmo uma dorzinha local. Nada. Sabemos que isso pode variar de pessoa para pessoa depois da imunização, mas talvez a alegria por este momento fosse tanta que mascarou qualquer outro sintoma após a vacina. 

Um orgulho imenso da consciência do meu menino em saber que a Ciência está ao nosso lado, que a vacina é o melhor caminho para voltarmos a ter uma vida normal. Chorei, me arrepiei da cabeça aos pés, como se aquela sensação de estar com a vida suspensa, todo o medo represado nesses quase dois anos, começasse a dissipar, um alívio inexplicável.

Comemoramos como um aniversário. Teve bolo, cachorro quente e brigadeiro. Quando perguntam se eu não tenho medo de possíveis efeitos da vacina, na minha cabeça só vem a ideia de atravessar um oceano a nado e ela é como nossa bóia de salvação, é a chance que temos de conseguir atravessar esse período conturbado. 

Claro que com o tempo será aprimorada para combater as novas cepas. O que temos agora é uma vacina testada, aprovada e que está sendo aplicada em milhares de crianças em todo o mundo. É a dose de esperança e imunidade de que precisamos para deixar esses tempos obscuros para trás.

Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas, fale com seu médico.