Vamos colorir setembro? | Por Laíze Angioletto

Comunicação IUPV - 28/09/2020 15:14

Por Laíze Angiotello, de 22 anos, diagnosticada com Fibrose Cística aos 3 anos de vida. Estudante de Arquitetura e Urbanismo, gaúcha, colorada e admiradora da vida

Vamos falar agora sobre o significado das cores referidas ao mês de setembro: amarelo, roxo e verde! 

Todos já ouviram falar do SETEMBRO AMARELO. A cor aludida ao mês tem como finalidade conscientizar a população sobre SUICÍDIO. Setembro amarelo é uma campanha brasileira iniciada no ano de 2015 que visa prevenir o suicídio. Considerado por muitos anos um tabu, o suicídio vem derrubando as barreiras da ignorância e deixou bem claro a todos que tal ato não ocorre por “frescura” ou “falta de Deus”.

Os números assustam! Segundo a Unicamp, 17% da população brasileira já considerou esse ato como opção. Sei que 17% em si não parece muito, porém, se atribuímos esse número aos 210 milhões de brasileiros que aqui vivem (dado fornecido pelo IBGE em 2019) temos um total de aproximadamente 35 milhões e 700 mil brasileiros.

Felizmente esse número reduz quando falamos em execução de tal pensamento e a campanha vem diminuindo cada vez mais tal número. Essa vitória pode se dar graças a iniciativas institucionais e governamentais que vem ganhando a população. Tendo como carro chefe da campanha a EDUCAÇÃO, o tema é atualmente centro de várias conversas e debates, todos com objetivo de prevenir e reduzir o número de suicídios no Brasil.

Além de setembro ser escolhido como mês ao combate do suicídio, representado pela cor amarela, temos outra campanha muito importante ocorrendo em paralelo: o SETEMBRO ROXO. Você já ouviu falar dele? Se você convive ou conhece alguém com fibrose cística provavelmente a resposta para essa pergunta é SIM!

O setembro roxo é uma campanha desenvolvida pelo Instituto Unidos pela Vida em parceria com voluntários e associações de todo o Brasil, e foi criada a fim de tornar a FIBROSE CÍSTICA mais conhecida no Brasil e no mundo. Fibrose Cística é uma doença rara, que ainda não possui cura, mas que tem tratamento. Ela causa sintomas como tosse crônica, pneumonia de repetição, suor mais salgado que o normal e dificuldade para ganhar peso e estatura.

Até alguns anos atrás, o que se ouvia falar sobre a fibrose cística era demasiadamente carente, tínhamos poucos estudos e pesquisas realizados, não dando muita esperança aos pacientes. Porém, na atualidade, esse cenário se tornou diferente: as pesquisas e estudos voltados para a doença fizeram surgir novos métodos de cuidados, houve um avanço na efetividade das medicações. Divulgar é essencial!

Neste ano, vários monumentos foram coloridos de roxo em prol a campanha setembro roxo. A Arena da Baixada, o Senado Federal, o Jardim Botânico e o Estádio Beira-Rio foram apenas alguns do quais aderiram a corrente de divulgação. Quanto mais pessoas estiverem por dentro da campanha e do seu significado, maior e melhor serão as atitudes populacionais.

Como prova disso, temos a mobilização para auxiliar uma terceira campanha atribuída ao mês de setembro, o SETEMBRO VERDE. Setembro verde traz consigo a busca pela conscientização sobre DOAÇÃO DE ÓRGÃOS.

Com auxílio de diversas ONG’s e instituições privadas, o Ministério da Saúde tem feito as pessoas refletirem mais sobre a vida e suas fragilidades, sobre o quão importante o ato de doar órgãos é e na chance que temos de deixar a vida continuar. Um único doador, pode salvar até oito vidas. Os órgãos a serem doados são: rins, fígado, coração, pâncreas, pulmões e tecidos diversos, como a pele. 

O seu SIM e o da sua família podem salvar vidas. E mais, é fascinante o poder que ele tem. Em uma conversa, o Dr, José Camargo, cirurgião de transplantes e diretor médico do Hospital Dom Vicente Scherer, no complexo da Santa Casa da Misericórdia de Porto Alegre, relatou o quão majestoso é quando o paciente acorda pós transplante. “… e o olho brilha, porque eles se sentem diferentes. Eles ficam encantados, como se fossem uma criança de brinquedo novo, completamente absorto” disse o médico. Além de falar sobre o encanto que há no ato de doar órgãos, o médico lembra que “o transplante é a única forma de tratamento médico reservado para a sociedade que depende dela para que ela própria seja ajudada”.

Terminando com a afirmação de que esse círculo só continuará se a sociedade souber o papel que tem, ele relembra os números: mais de 40 mil pessoas estão na lista de espera por um transplante. Você pode fazer o bem com simples atos!

Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

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