Minha experiência com a oxigenoterapia – Por Lucas Rocha

Por Lucas Rocha, diagnosticado com fibrose cística e transplantado pulmonar

A oxigenoterapia pode ser muito importante para pessoas diagnosticadas com fibrose cística, fibrose pulmonar idiopática, entre outras doenças pulmonares. Para aqueles que estão na fila para o transplante pulmonar, geralmente é recomendado o uso parcial deste tratamento, ou seja, apenas para dormir ou para atividades mais elaboradas e que requerem um condicionamento físico melhor.

Também é possível que a recomendação seja de uso de oxigênio de maneira contínua, ou seja, 24 horas por dia. Para mim, uma pessoa com fibrose cística que já esteve na fila para o transplante pulmonar, isso se assemelhava a recomendação de uso de um medicamento comum. Tudo é bem explicado pela equipe médica, desde quantos litros é preciso usar até a demanda de oxigênio para aquele momento específico.

Quando eu fazia o tratamento com oxigenoterapia e estava aguardando pela realização do procedimento, era muito comum que a demanda por oxigênio aumentasse. Como o meu quadro era bem grave, eu sentia muita falta de ar ao fazer pequenas atividades, eu chegava a ficar com os dedos roxos e não conseguia fazer coisas rotineiras do dia a dia.

Antes de realizar o transplante, eu sempre precisava sair de casa usando máscara de proteção e oxigênio. Era horrível, mas eu me acostumei. Na faculdade, infelizmente, todos me olhavam como se eu fosse um extraterrestre, mas confesso que não ligava para esses olhares. No começo foi complicado, mas me adaptei e perguntas como “você tem tuberculose?” pararam de me incomodar. Segui firme com o tratamento e procurei levar minha vida da forma mais normal possível, mesmo com as limitações que eu tinha na época. 

Escrevi este material com o objetivo de compartilhar sobre como a oxigenoterapia foi crucial no meu tratamento, pois cheguei a ter pouco menos de 14% de capacidade pulmonar e se não fosse a oxigenoterapia disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), não sei se aguentaria até fazer o meu transplante pulmonar, aliás, no dia 25 de outubro de 2022 eu completei 3 anos de transplante.

Referências:

https://ufrb.edu.br/portal/noticias/6214-ufrb-e-parceiros-realizam-pesquisa-sobre-uso-do-oxigenio-no-contexto-da-covid-19

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Nota importante: As informações aqui contidas têm cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e/ou o tratamento médico. Em caso de dúvidas, fale com seu médico.