Transplante pulmonar na Fibrose Cística

Instituto Unidos pela Vida - 21/06/2013 10:35

Por Edilson Palancio (paciente com FC, transplantado) e Cristiano Silveira (Biólogo, pai de um menino com FC).
Nos últimos anos diversos tratamentos têm contribuído para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com fibrose cística. Medicamentos específicos para expectoração da secreção espessa, novos e potentes antibióticos para o tratamento das infecções pulmonares, suplementação enzimática e nutricional são tratamentos que, associados à fisioterapia e à prática de atividades físicas desde a infância, trazem um grande avanço no tratamento da Fibrose Cística.
Outro tratamento que evoluiu muito ao longo dos anos, principalmente aqui no Brasil, é o transplante pulmonar. A cirurgia é feita em São Paulo, no Rio Grande do Sul e mais recentemente no Ceará. A indicação para o transplante é feita pelo médico que cuida do paciente com fibrose cística, depois da realização de vários exames e de uma avaliação minuciosa do seu quadro de saúde. A progressão da doença é que vai determinar ou não a indicação para o transplante. O transplante só é indicado para pacientes com a condição de saúde mais debilitada e que já não respondem tão bem aos outros tratamentos medicamentosos.
No momento em que a equipe médica decide que o transplante é uma alternativa, médico, paciente e familiares devem conversar abertamente sobre a realização deste tratamento, que pode ser indicada até para um futuro próximo, mas que não deve ser adiada até uma piora muito grave da saúde do paciente.
Quando o paciente é encaminhado para uma central de transplantes, ele deverá fazer vários exames para entrar na lista de espera. Ele também passará a ser acompanhado por uma equipe multiprofissional, que envolverá a avaliação de um clínico geral, da equipe cirúrgica, da nutricionista, da psicóloga, da fisioterapeuta, da assistente social e da enfermagem.
O paciente deverá ter uma rotina de exercícios regulares, que lhe ajudarão a se preparar para chegada da cirurgia.
Como paciente transplantado de pulmão há quase nove anos, posso afirmar que a melhora na qualidade de vida após o transplante pulmonar é muito grande. Não sinto mais falta de ar e não tenho mais tosse que, antes do transplante, eram constantes.
Após a cirurgia me formei na faculdade de Analise de Sistemas, fui a vários shows de rock que sempre quis ir, pude viajar novamente, e trabalho atualmente como redator de sites.
Entre as formas de se preparar para o procedimento, estão a prática de trabalhos manuais, a redação de um diário virtual, os exercícios físicos, o convívio com a família, conversar com os amigos… tudo para manter a mente bem e preparar-se para a chegada do novo órgão.
Devemos também divulgar a doação de pulmão entre as pessoas, pois este transplante ainda não é muito divulgado pela mídia, e até mesmo muitos médicos o desconhecem.
Segundo o Registro Brasileiro de Transplantes o número de transplantes de pulmão dobrou na última década (de 34 em 2002, para 69 em 2012), mas esse número pode melhorar. Hoje, apenas 5% da demanda por transplante pulmonar é atendida e parte disso se deve a resistência das famílias à doação. Mesmo com as campanhas, 41% das famílias ainda se recusa a fazer a doação de órgãos de parentes mortos
Vamos entrar nessa campanha e incentivar esse ato de amor incondicional.
Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.
 

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