Ágatha, 1º Lugar no ranking do vôlei de praia brasileiro, vestiu nossa camisa!
Instituto Unidos pela Vida - 27/03/2014 12:31
Ágatha Bednarczuk Rippel, 30 anos, dona de um sorriso contagiante, é uma das melhores jogadoras de vôlei de praia da atualidade. Atualmente ocupa o posto de 1º Lugar no Ranking Brasileiro de Vôlei de Praia. Começou a jogar muito cedo, enfrentou vários desafios para chegar onde está mas nunca desistiu. Fundou uma ong que utiliza o voleibol de praia e o futebol de areia como ferramentas de inclusão social, e, vestindo nossa camisa, conta um pouco desta história de superação!
Instituto Unidos pela Vida: Como e por que você começou a jogar vôlei?
Ágatha: Eu comecei a jogar vôlei quando tinha apenas 10 anos. Morava em Paranaguá e na minha cidade naquele tempo estava iniciando uma escolinha do esporte. Me entusiasmei muito e fui atrás. Na minha família eu tenho uma tia que jogou vôlei quando era jovem e as historias dela sempre faziam meus olhos brilhar. Talvez ela nem saiba disso, mas ela foi uma referencia para mim. Minha querida Tia Gisele. E além disso, acho que nao tinha como fugir desta vida do voleibol, meus pais se conheceram dentro de uma quadra de voleibol, ele jogando e mami torcendo. Realmente o voleibol ja estava no meu sangue!!!
IUPV: Quais foram os principais desafios que você já precisou superar?
Foram vários desafios nesta caminhada de 21 anos dentro do esporte. Ser atleta no nosso pais não é uma tarefa fácil. No inicio minha principal dificuldade foi a distância da família. Normalmente o atleta mora longe da família, viaja muito e isso desde muito novo. Comigo não foi diferente, aos 14 anos já morava sem meus pais. Em seguida, a pedra no sapato foi o apoio e a orientação dentro do esporte. Muitas pessoas tem talento e possuem o mesmo sonho que você. Mas apenas as mais determinadas continuam correndo atrás da realização dele. Então, mesmo quando meu time acabou, mesmo quando fui mandada embora injustamente de um clube, mesmo quando não tinha mais nenhum lugar pra jogar, mesmo quando várias coisas aconteceram no caminho pra me puxarem pra baixo e me fazerem desistir, mesmo assim, eu persisti. Essas “coisas” tem vários nomes, se chamam lesões, falta de patrocínio, dificuldades financeiras, dificuldades de trabalhar em bons centros de treinamento, enfim… eu falei que não era fácil ser atleta no Brasil, mas também não falei que o aprendizado na caminhada não foi maravilhoso, e eu não trocaria por nada nesta vida!!!
IUPV: E quais foram suas principais conquistas?
Minha principal conquista foi ter ganhado minha primeira etapa do Circuito Brasileiro e no mesmo ano ter me tornado Campeã Brasileira. A sensação de ter conquistado algo tão difícil, mas tão almejado é difícil de descrever. Só quem passa por tantas dificuldades sabe como é bom alcançar sua meta depois de tantos sacrifícios. Foi muito bom olhar pra trás e lembrar dos momentos de fraqueza e dúvida, lembrar das horas em que tive que fazer escolhas difíceis e naquele momento da vitória saber que tudo valeu a pena.
IUPV: Você se inspira ou já se inspirou em alguém? Se sim, quem?
No inicio da minha vida esportiva adorava escutar as histórias da minha tia. Ao longo da minha trajetória, a geração da Ana Moser e companhia sempre me inspirou. Entretanto, para mim, pessoas inspiradoras são as que conseguem se destacar e conciliar a vida profissional e pessoal. Se um dos dois lados não estiver bem a vida estará incompleta. Precisamos estar felizes emocionalmente e profissionalmente.
IUPV: O que te motivou a fundar a ONG? Como ela funciona hoje e quantas crianças são atendidas?
Eu passei um bom tempo pensando em como poderia ajudar mais pessoas. Tinha vontade de fazer algo para a sociedade, mas não sabia o que. Uma amiga minha me deu a luz de trabalhar com o que eu realmente faco, o esporte. Embarquei com tudo na ideia. Poder retribuir tudo que recebi da minha cidade de coração, Paranaguá/PR, que me ajudou tanto no inicio da minha vida esportiva, também era um dos propósitos. Então foi uma questão de correr muito atrás deste sonho. Foram horas e horas montando o projeto. Depois reuniões com o prefeito e empresários. E apos um ano desta empreitada o projeto saiu do papel. Ele consiste em usar o voleibol de praia e o futebol de areia como ferramentas de inclusão social. Temos como principal objetivo ajudar na formação de cidadãos de bem. Em abril completaremos 6 anos. Já passaram pelo projeto mais de 3000 crianças e adolescentes entre 7 e 17 anos. Atualmente cerca de 200 crianças treinam conosco. As aulas são gratuitas e os alunos precisam estar matriculados na escola. Estar la e sempre um motivo de muita alegria pra mim. Eu amo perceber como eles fizeram deste projeto uma extensão das suas próprias casas. Menos rua, mais esporte!
Mensagem da Ágatha para as Pessoas de Fibra!
Queridos amigos, nada nesta vida é por acaso… Se hoje algo difícil nos acontece, normalmente ficamos irritados e perguntamos o por que daquilo. E na nossa insignificância não entendemos o motivo… Mas podem ter certeza… só precisamos ter fé e paciência, porque a resposta das nossas perguntas sempre vem ao nosso encontro! Sei que muitas vezes não na velocidade que gostaríamos, mas tudo é aprendizado, não é mesmo? Se hoje você esta passando por algo, pode ter certeza que você é forte para ultrapassar este obstáculo e superar seus limites!
Para mim felicidade pode ser explicada nesta frase: “Mire sempre a lua, pois caso você não consiga alcançá-la, no mínimo você pode conhecer muitas estrelas”. Não importa como será o final, o que importa é o caminho… Como posso tornar hoje o meu dia mais feliz?
Amigos queridos de fibra, quero deixar aqui um convite especial para vocês: Que neste ano a gente possa se encontrar num dia de fibra e esporte no meu projeto! Já li bastante sobre a fibrose cística e sei que o esporte é fundamental no tratamento! Então, fica meu convite para este encontro lindo de vocês com todas as minhas crianças, respeitando as questões de saúde e proximidade entre vocês! Será um dia de muita troca, podem ter certeza! 🙂
Fotos: Arquivo pessoal / Google Imagens
Depoimento enviado para a equipe do Instituto Unidos pela Vida por e-mail por Ágatha Rippel.
Este relato tem cunho informativo. Não pretende, em momento algum, substituir ou inferir em quaisquer condutas médicas. Em caso de dúvidas, consulte sua equipe multidisciplinar.