O que acontece com as pessoas que residem em países que não podem pagar pelo Kalydeco?

Instituto Unidos pela Vida - 27/05/2014 17:23

Por Miriam Figueira, Biomédica e Doutoranda em Ciência Biológicas (Fisiologia).

Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

O que acontece com as pessoas que residem em países que não podem pagar pelo Kalydeco?

O Kalydeco foi aprovado pelo FDA para a mutação G551D há 2 anos, no entanto, mais de 400 pessoas em todo o mundo ainda estão esperando que o Kalydeco se torne disponível.
Esse número representa 20% da população mundial com a mutação G551D.

Tabela: Países que não possuem acesso ao Kalydeco

kalydeco

Vários desses países, incluindo a Austrália e Canadá, estão envolvidos em negociações do preço do medicamento com a Vertex. No entanto, essas negociações estão paralisadas devido ao valor deste remédio ainda ser maior que US $ 300.000 por ano.

De acordo com a Vertex, o Kalydeco é utilizado por cerca de 1000 pacientes nos EUA e 1000 pacientes na Europa. O Kalydeco está disponível nos seguintes países: EUA, Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte, País de Gales, República da Irlanda, França, Alemanha, Holanda, Áustria, Dinamarca, Suécia, Noruega, Grécia e Itália.

Isso significa que 15 países possuem acesso ao Kalydeco, no entanto de acordo com a lista de membros da “Cystic Fibrosis Worldwide” há 45 países que potencialmente têm pacientes com G551D e que ainda não têm acesso a esse medicamento. Alguns destes países não podem pagar os medicamentos básicos da Fibrose Cística, como o Pulmozyme. Como será possível esses países arcarem com mais de $ 300000 dolares por ano por paciente?

Relato de Genevieve Handley:

“Sou paciente de Fibrose cística e vivo na Austrália, me preocupo com o fato de que há uma divisão mundial cada vez maior entre os países que podem pagar pelo Kalydeco e aqueles que não podem. Eu gostaria de saber como a Vertex planeja disponibilizar o acesso nesses países esquecidos, particularmente a África do sul e os países da América do Sul.

Nos EUA, os pacientes que não possuem seguro saúde podem ter acesso ao Kalydeco gratuitamente através de um Programa da Vertex de Acesso à Pacientes. Nos países ainda sem acesso, um programa semelhante poderia ser uma opção, já que é muito improvável que o Kalydceo seja aprovado por um preço muito menor do que o atual.

A realidade é que enquanto ocorrem estas negociações e o acesso a esse medicamente é impedido e atrasado, poucas opções restam para os pacientes, como as seguintes: 1) tentar juntar uma quantidade extraordinária de dinheiro, 2) mudar para um país diferente e esperar que se qualifiquem para o acesso ao Kalydeco ou 3) continuar ficando mais doente. Pessoas com FC em todo o mundo precisam de ajuda e imploram que a Vertex encontre uma maneira de disponibilizar o Kalydceo o quanto antes.”

* Recentemente 8 novas mutações (G178R, S549N, S549R, G551S, G1244E, S1251N, S1255P e G1349D) foram aprovadas pelo FDA para o uso do Kalydeco e há expectativa de que mais mutações possam ser incluídas.

OBS: Não foi possível obter informações dos seguintes países que também podem ter pacientes com G551D: Arménia, República do Azerbaijão, Bahrain, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, Egito, El Salvador, Estônia, Finlândia, Geórgia, Guatemala, Islândia , Índia, Israel, Jordânia, Letônia, Líbano, Lituânia, Luxemburgo, México, Panamá, Paraguai, Portugal, Qatar, Romênia, Rússia, Arábia Saudita, Suíça e Uruguai. Bulgária, Hungria, Macedônia e Turquia não tem registros de pacientes com G551D.

Adaptado e traduzido de:

What happens to the people in the countries that can’t afford Kalydeco?

 

Outras fontes:

Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.
 

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