Conheça a história de Clara, que tem 11 anos e representa a Equipe de Fibra em pódios de natação
Instituto Unidos pela Vida - 20/05/2015 15:40Há alguns meses, o Paulo Fernando Gioso compartilhou uma foto da sua filha Clara no grupo do Facebook da Equipe de Fibra. O motivo da publicação foi o fato de a garota, que tem apenas 11 anos, ter ficado em primeiro lugar na travessia no mar de São Vicente, em São Paulo, no Circuito Netuno.
Clara de Almeida Gioso foi diagnosticada com Fibrose Cística aos 5 anos de idade. Sua mãe, Fernanda de Almeida Gioso, conta que logo de início esse foi um grande susto para a família. Apesar disso, depois de um tempo a descoberta de que Clara tinha FC trouxe uma série de benefícios (a menina finalmente pôde ser tratada adequadamente). Com as enzimas, começou a comer melhor, a engordar e a crescer. Pouco a pouco, a criança foi se adaptando à rotina de inalações, fisioterapias e enzimas.
O esporte sempre foi uma constante na vida de Clara. Por ter nascido em uma família que pratica bastante exercício (o Paulo é professor de Educação Física e inclusive tem uma academia de ginástica dentro da escola de Clara), a menina sempre fez atividades como natação, dança e judô.
Fernanda conta que no momento em que a família descobriu que Clara tinha Fibrose Cística ela já gostava muito de todas as suas atividades, mas desde então elas foram ganhando um sentido especial na vida da menina. “É como se ela começasse cada vez a ter mais garra e vontade de se exercitar”, conta a mãe.
Clara começou a participar de competições de natação fora da escola e para a surpresa de todos foi ganhando medalhas e mostrando-se muito boa nessa atividade. “A sensação que tenho é que, para ela, ganhar uma competição com meninas que não têm Fibrose Cística é uma conquista enorme. Clara faz questão de subir no pódio com sua camiseta da Equipe de Fibra e de responder prontamente que essa é a doença que ela tem quando perguntam o que é Fibrose Cística”, conta Fernanda. “Ela não tem nenhuma vergonha em falar da Fibrose, pelo contrário, parece orgulhar-se de tê-la e superá-la a cada dia”, completa a mãe da garota.
Além de elevar a auto estima da menina, a prática de esportes também ajuda no seu tratamento da FC. Por fazer natação quatro vezes por semana a função pulmonar de Clara está muito boa.
Desde 2013 Clara vem participando de competições de natação. Na sua primeira prova, chegou em último lugar e precisou de muito esforço para finalizar o percurso. “Pensei que isso a desanimaria, mas, pelo contrário, lhe deu muito mais garra para treinar. Sua dedicação, que já era boa, aumentou”, conta Fernanda.
Esse esforço todo fez com que os professores a elogiassem e dissessem que ela tinha talento, o que fez com que a menina começasse a gostar mais ainda de nadar. Certo dia, seu colégio a inscreveu em uma competição entre escolas particulares de São Paulo conhecida como “Amigos da Natação”. Fernanda e Paulo ficaram felizes com a participação da filha, mas não esperavam medalhas. No total, esse campeonato consistia em quatro provas durante o ano, e Clara foi melhorando o seu tempo em cada uma delas. No final, para a surpresa e alegria dos pais, a menina acabou recebendo duas medalhas (uma de ouro no nado Borboleta, e outra de prata no Costas).
Finalmente, neste ano, a pequena Clara participou do “Circuito Netuno”, que comentamos no começo do texto. Como você já sabe, ela ficou em primeiro lugar na sua categoria. A história por trás dessa conquista é, no mínimo, engraçada.
Por ser a única criança da sua escola, Paulo decidiu que ia acompanhar a filha durante o nado, para não deixa-la sozinha no mar. Durante a prova, um dos professores passou de caiaque e comentou com a menina: “Clara, seu pai está muito lento pra você, pode ir na frente dele”.
Clara seguiu a recomendação e foi nadando sozinha até cruzar a linha de chegada, onde foi recepcionada por Fernanda. O Paulo só chegou 10 minutos depois da filha, que a essas horas já tinha seu primeiro lugar no pódio garantido.
A Fernanda deixa uma mensagem final para os familiares das pessoas que têm Fibrose Cística: “Posso dizer que, assim como todo pai ou mãe de fibra, também senti o mundo desabar quando soube que minha pequena tinha Fibrose Cística. Porém hoje ela já faz parte da minha vida e aprendi muito bem a conviver com ela. Ainda passo por momentos de grande angustia, mas passo também por momentos de enorme alegria ao ver minha filha feliz e podendo aproveitar sua vida como qualquer outra criança da sua idade”.
Você está vendo como temos toda razão ao afirmar diariamente que a Fibrose Cística é parte do que somos, mas não o limite do que podemos ser?! 😉