Just Breathe: Rowan, 20 anos

Instituto Unidos pela Vida - 19/10/2015 19:20

Captura de Tela 2015-10-19 às 15.18.04Eu fui diagnosticada com Fibrose Cística logo que nasci. Minha irmã mais velha tinha recebido o diagnóstico dois anos antes, então assim que eu sai da barriga da minha mãe já fizeram o teste em mim. Mesmo com o diagnóstico, eu nunca me considerei uma “pessoa doente”. Ter a nossa mãe nos dando enzimas e remédios era apenas uma parte normal da minha vida: nós nunca experimentamos nada diferente disso. Eu sou muito grata às pessoas que fazem parte da minha vida e que me deram apoio durante o meu crescimento com a doença. Eu me considero muito sortuda de ter uma irmã mais velha corajosa, que sempre toparia tomar as doses de remédio, ou então fazer uma cirurgia antes de mim, e que entende que às vezes você sente pra baixo e não pode fazer muito a respeito disso.
Quando eu era uma garotinha, as outras crianças sempre perguntavam para mim a respeito das minhas enzimas antes dos lanches, não importava quantas vezes eles já tivessem me visto tomando os remédios. Os pais da minha melhor amiga da época eram médicos e explicaram para ela o que era Fibrose Cística. Ela costumava me defender das outras crianças dizendo que eu precisava tomar as enzimas para que, quando eu fizesse 18 anos, eu não me tornasse um elefante com bolinhas. Por alguma razão, na época isso parecia ser mais normal do que ter Fibrose Cística.
Apesar de tudo, ser uma criança com FC foi fácil. Conforme você vai crescendo que as coisas dificultam. Quando fui entrando na adolescência, minha saúde começou a ficar mais comprometida e isso me assustou muito. Minha rotina era muito mais livre, mas com o passar do tempo a Fibrose Cística começou a afetar diariamente algumas partes da minha vida. Até que horas eu podia ficar acordada? Como eu ficaria depois de tal refeição? O que eu deveria estar fazendo com a minha vida?
Ter FC é como estar em um relacionamento. Daqueles que duram tanto tempo que você não consegue nem lembrar mais como que era a sua vida antes de ter aquela determinada pessoa. É o pequeno espírito (ou sombra) que sempre te acompanha, não importa quão determinado você esteja em ignorá-lo. Eu sou grata pela perspectiva diferente de observar a vida que a Fibrose Cística me ofereceu. Ela me ajudou a analisar o que é realmente importante e o que eu realmente quero para mim. Porque, seja com ou sem a FC… quem é que sabe quanto vamos viver, não é mesmo?! Essa é a benção e maldição da Fibrose Cística. Apesar de às vezes ser difícil, você não pode se entregar à doença, e deve se lembrar de que veio de longe e que pode fazer qualquer coisa.
Tanto a foto quanto o texto desse post são propriedade de Ian Ross Pettigrew e fazem parte do projeto Just Breath – Adultos vivendo com Fibrose Cística. A tradução e reprodução desses materiais no site do Instituto Unidos Pela Vida foram autorizados pelo autor.

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