Viajar é Viver

Instituto Unidos pela Vida - 24/11/2015 16:37

Katie-Caul-AbroadDurante meus 5 meses na Dinamarca para um programa de pesquisa, eu não apenas aprendi mais sobre mim e sobre os outros, mas também fiquei mais confiante da minha habilidade de cuidar de mim mesma. Não deixe a FC ficar no caminho de qualquer sonho.

Texto escrito por Katie Caul e publicado originalmente no site da CFF.

Imagine isso: luzes deslumbrantes; copos de sangria no topo de Montjuic com vista para Barcelona; e inúmeras memórias dividindo um jantar dinamarquês feito na casa da família com quem fiquei. Esses são alguns dos momentos mais especiais de quando estudei em Copenhagen, na Dinamarca. Na última primavera, eu empacotei tudo que cabia em duas malas e uma mochila e sai de casa para morar com uma família por cinco meses perto de Copenhagen enquanto estudava na cidade. Foi assustador, emocionante e os melhores cinco meses da minha vida.

Antes de sair, medos normais e ansiedade me perturbaram. E se eu não me desse bem com a família com quem ficaria em Copenhagen? E se eu não fizesse amigos? E se eu sentisse falta demais da minha vida em casa? Além disso, eu tinha medos de viajar com fibrose cística: e se os fiscais tentassem pegar meus remédios, e se eu ficasse doente? Minha família me ajudou a passar pelos primeiros medos, e meus médicos me ajudaram com os últimos. Nós trabalhamos juntos para agrupar todos os documentos necessários para as 3 dúzias de potes de remédios e fichas médicas caso eu precisasse ver um médico lá.

Katie-Caul-Abroad-2Eu também peguei antiobióticos orais caso eu ficasse doente, mas sabendo que se esse não dessem certo eu contataria meus médicos para saber os próximos passos do que fazer, e ir a um hospital. Como eu sempre fui saudável, nós percebemos que ver um novo médico em um novo hospital poderia ser mais prejudicial do que benéfico e possivelmente me passar novas bactérias, algo que definitivamente não estava na minha lista de coisas para fazer. Eu sou muito grata por dizer que fiquei muito saudável e não precisei tomar antibióticos orais enquanto eu estava fora.

Além de pensar em todas as medicações necessárias, passei muito tempo pensando nas minhas opções de alojamento. Inicialmente, eu ia ficar em um dormitório, mas eu percebi que conhecer a cultura dinamarquesa era meu maior objetivo nessa experiência fora de casa. Eu trabalhei com os coordenadores de alojamento do meu programa e eles encontraram uma família fantástica com quem eu poderia ficar. Essa família sabia que eu tinha FC antes de aceitarem me alojar, e eu tentei explicar para eles o que era a FC antes de ir para lá. Mas como você realmente explica para uma pessoa como é conviver com FC? Eu lembrei de como fiquei nervosa na primeira noite fazendo meu tratamento e deles me escutando tossindo durante ele. Mas eu acabei entrando em uma rotina e eles se acostumaram aos sons de meus tratamentos.

Katie-Caul-Abroad-3Estudar fora foi algo indescritível. Eu me interei por uma nova cultura e me senti apaixonada por uma nova cidade. E conheci pessoas de todo o mundo e adquiri mais interesses em viagens, fotografia e psicologia. Meu tempo lá realmente me fez sentir mais capaz e independente. Mesmo eu tendo vivido sozinha nos meus últimos três anos de faculdade, meus pais sempre estavam perto para me ajudar. Eu sabia que se eu precisasse deles, eles estariam comigo em menos de 12 horas. Mas viver em Copenhagen me deixou mais confiante da minha habilidade de cuidar de mim mesma. Eu fui capaz de me deixar saudável e manter minhas medicações, mesmo tendo que me acostumar com uma nova dieta, novo clima, ambiente, etc.

E agora, quero compartilhar com vocês as 5 principais dicas que me ajudaram muito a ficar saudável enquanto estudava fora (e viajava):
Verifique a voltagem de todos os seus equipamentos médicos. Acredite em mim — você não vai querer ter o trabalho de precisar trocar seu aparelho!
Viaje com amigos que saibam de FC. Desde me ajudarem a lembrar de tomar meus remédios antes de sair à noite, até discutir com as companhias aéreas na França para que eu pudesse viajar com meu colete a bordo: eu não teria conseguido viajar sem a ajuda dos meus amigos.
Esteja preparado e seguro. Tenha documentos médicos e uma anotação na lingua nativa pronta caso um segurança do aeroporto ou uma companhia aérea questionem sobre seus medicamentos.
Fique atento. Se eu não tivesse ficado atenta aos meus remédios e tratamento durante o meu semestre fora e antes de sair, eu sei que não teria sido capaz de viajar tanto quanto viajei e encarar todas as oportunidades que eu tive durante esses cinco meses.
Aproveite! Não há nada como estudar fora. Você conhece pessoas de todo o mundo e tem a oportunidade de ver um diferente país toda semana. Não deixe a FC ficar no caminho de seus sonhos!

Afinal de contas, como dizemos por aqui “A Fibrose Cística é parte do que somos, e não o limite do que podemos ser”.

Para ler o texto original, clique aqui.

Artigo traduzido por Eduardo Trunci, tradutor voluntário do Instituto Unidos pela Vida e também da revista americana Scientific American, do California Institute of Technology e do site TED.

Nota importante: As informações aqui contidas têm cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.