Depoimento de Fibra | Janeil: eu realmente quero ser mãe
Instituto Unidos pela Vida - 10/02/2016 19:39“Quais são os seus planos para o futuro?”
Minha resposta para essa pergunta permaneceu a mesma durante a maior parte da minha vida. Conforme os anos foram passando, a minha fala tem sido uma série de pequenas mentiras e incertezas, polvilhadas com várias “ses” e “mas”, e obscurecidas pela ambiguidade da Fibrose Cística.
Eu não tenho controle completo do futuro, o que faz com que a resposta seja muito mais difícil de ser dada. Mas quem tem, não é?
Existem dias que eu queria ter outros desejos mais acessíveis neste momento, mas o meu coração bate dizendo que eu devo continuar lutando.
A verdade é que eu desejo ser mãe. Eu desejo que o meu marido passa ser pai e que nós tenhamos um trio (nosso gato está incluso nessa matemática!).
A gravidez na Fibrose Cística vem com uma série de desafios, e eu e meu marido nos tornamos muito conscientes dos entraves do caminho.
Eu fiz minhas pesquisas, e estou ciente da função pulmonar que devo ter para manter uma gravidez saudável. Eu sei a quantidade de quilos que preciso ganhar, e também sei o que será importante para a minha saúde, enquanto eu cuidar de um recém-nascido.
Essa é a maneira que escolhi para lutar contra a incerteza. Acredito que eu possa trabalhar a cada dia para estar em conformidade com esse objetivo, para assinalar pequenos deveres e resoluções para melhorar a minha saúde e ficar pronta para engravidar.
No final das contas, essa é realmente a única forma de controle que tenho neste momento: responder bem aos desafios de planejar uma família com saúde!
A verdade é dura, os tratamentos respiratórios e os remédios ajudam na minha respiração, reduzem minhas dificuldades e me fazem ter um dia mais produtivo. Contudo, não existe gratificação instantânea equivalente ao trabalho que eu tenho para cuidar de mim. Tomar os meus medicamentos todos os dias não vai fazer com que, de uma hora para outra, minha família cresça. Tratamentos e fisioterapias respiratórias não vão curar a minha doença. Às vezes, durante aqueles momentos de fraqueza, quando a minha função pulmonar diminui, apesar de todos os meus esforços, eu penso “qual é o objetivo de tudo isso?!”
Nesses momentos, eu me lembro do meu grande objetivo, o que importa mais do que qualquer desapontamento e fracasso, e que vai sair da minha barriga e adormecer nos meus braços.
Essa ambição está sendo planejada, requer horas de tratamento e sacrifícios, mas o resultado valerá eternamente a pena. Não é isso que bons pais fazem? Sacrificam-se para garantir a segurança e a felicidade dos seus filhos?! Eu sei que mesmo com todas as dificuldades eu serei uma excelente mãe.
Eu e meu marido nos tornaremos pais um dia? Honestamente, eu não sei. Eu não tenho a resposta para isso agora. O que eu sei é que se eu pensasse apenas em mim, teria me cansado há tempo. A minha esperança é que um dia eu possa ser chamada de “mãe” e é isso que me faz continuar quando outras motivações desaparecem.
Se eu quero que um dia o meu mundo gire em torno de uma pequena bênção, agora ele deve girar em torno da minha adesão ao tratamento, dos medicamentos que me darão a chance de ter um futuro melhor.
Eu trabalho todos os dias para cumprir este grande desejo da minha vida, porque é isso que nós devemos fazer quando realmente queremos algo, e eu quero, acima de tudo, ser MÃE.
Texto originalmente escrito por Janeil Whitworth e publicado aqui.
Nota importante: As informações aqui contidas têm cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.