Atletas usam a corrida para superar as dificuldades impostas pela Fibrose Cística e formam a Equipe de Fibra
Instituto Unidos pela Vida - 10/06/2016 16:15
Uma equipe de corrida formada para divulgar a Fibrose Cística (FC) participará da Maratona de Porto Alegre no dia 12 de junho. Essa equipe reunirá corredores de diferentes estados do País e de fora que escolheram correr por uma causa: A Fibrose Cística. A FC é uma doença genética que afeta principalmente os sistemas respiratório e digestivo. A corrida também é importante no tratamento das pessoas com FC pois ajuda a manter a saúde dos atletas “de fibra”, como gostam de ser chamados. Cinco deles participarão da prova para mostrar que é possível driblar as dificuldades impostas pela doença.
A Equipe de Fibra é um projeto do Instituto Unidos pela Vida, ONG fundada em outubro de 2009 pela psicóloga Verônica Stasiak Bednarczuk que, aos 23 anos, recebeu o diagnóstico tardio para a Fibrose Cística. Após muitas internações, cirurgias e passagens por UTI´s, Verônica começou o tratamento adequado e resolveu unir forças para divulgar e conscientizar a população acerca da Fibrose Cística.
A iniciativa de criar a equipe partiu do biólogo Cristiano Silveira, pai do Pedro, menino de 11 anos que tem Fibrose Cística. Foi pensando no exemplo que gostaria de passar para o filho que Cristiano participou em 2011 de sua primeira corrida de rua, visando divulgar a Fibrose Cística e, ao mesmo tempo, falar da importância da atividade física na vida das pessoas com FC. De lá para cá a equipe cresceu e se espalhou. Hoje ela reúne atletas de todo o país que participam em corridas de rua em diversas regiões.
Nem grandes distâncias muito menos a doença assustam esses corredores de fibra. Acostumados a superarem expectativas ruins, agora eles só querem superar suas próprias marcas. Marcos Marini, argentino,31 anos, é uma espécie de embaixador da causa. Já esteve em vários países da América Latina promovendo palestras e participando de provas. Ele costuma dizer que “o exercício físico é o seu melhor tratamento”. Em 2015 ele completou El Cruce, uma ultramaratona de 100km pelos Andes na fronteira entre Chile e Argentina. Marini vem dando muito fôlego e inspiração aos demais atletas de Fibra. Em Porto Alegre ele correrá os 42km.
Ernesto Dresch, 21 anos, foi o primeiro atleta de fibra da Equipe. Aos 16 anos correu sua primeira prova com a equipe em Porto Alegre. Ele até hoje se orgulha de deter o melhor tempo nos 5km. Nessa edição da prova ele irá correr 10km.
Pedro Amaral, 11 anos, filho do coordenador da Equipe de Fibra, também fará seus primeiros 10km. Ele começou a correr aos nove anos, acompanhado pelo educador físico Rodrigo Troyack. Sua primeira participação numa corrida de rua foi em 2015, nos 6km da Family Run, no Rio de Janeiro. Ao ser perguntado como tinha sido a experiência, Pedro respondeu: “Eu adorei, eu me senti perfeito!”.
Gabriel Capeletti e Luciana Regra, são os estreantes na Equipe. Gabriel vem treinando desde março com acompanhamento da educadora física Inaê Cherobin. No dia 12 de junho ele realizará também a sua primeira prova, na distância de 3km. Luciana Regra, 41 anos, já é veterana nas corridas, mas será a sua primeira vez com a equipe, a qual ela conheceu recentemente. Luciana correrá 5km.
Liège Gautério, gaúcha, 41 anos, que teve outra doença pulmonar, fez em 2011 um transplante de pulmão. Recuperada, em 2015, disputou os jogos mundiais para transplantados em Mar del Plata, onde conquistou duas medalhas nos 100 e 200 metros rasos. Infelizmente, nesta maratona por motivos de saúde Liège não correrá conosco, mas, estará em nossos pensamentos!
É a quarta vez consecutiva que a Equipe de Fibra vem à Porto Alegre e será a edição em que conseguiremos reunir mais pessoas. Serão 35 atletas de seis estados diferentes sendo cinco deles com FC. Será uma bela oportunidade de confraternizar, de divulgar, de correr e de demonstrar, na prática, que “a Fibrose Cística é parte do que somos, não o limite do que podemos ser“.
Sobre a Fibrose Cística:
Fibrose Cística é uma doença genética que atinge principalmente os sistemas respiratório e digestório. Os principais sintomas são: pneumonia de repetição, tosse crônica, dificuldade para ganhar peso e estatura, diarreia, pólipos nasais, entre outros. Quanto antes a Fibrose Cística for diagnosticada, melhor. É possível detectá-la através do Teste do Pezinho, entre o 3º e 7º dia de vida do bebê e confirmar o diagnóstico através do Teste do Suor ou de exames genéticos. Após o diagnóstico, o tratamento é iniciado de acordo com a manifestação clínica de cada paciente. Para a grande maioria dos pacientes, a atividade física deve fazer parte do tratamento diário.
Para mais informações sobre o Instituto Unidos pela Vida e sobre a “Equipe de Fibra” acesse www.unidospelavida.org.br
Grupo da Equipe de Fibra no Facebook:
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Ernesto Dresch, 21 anos tem fibrose cística e irá correr 10km.