Paciente | Geraldo Freire

“Meu nome é Geraldo Freire e a convite da Verônica Stasiak contarei um pouco da minha trajetória. Como todos nesse blog, tenho uma relação muito próxima com a Fibrose Cística (FC).

Em 1983 (1 ano e meio de idade), após algumas pneumonias e um quadro gástrico meio conturbado, tivemos a notícia que eu era mais uma PESSOA de FIBRA (Como diz a Vê). Naquele tempo o tratamento não era nada parecido com o que existe atualmente. Os medicamentos eram de difícil acesso (alto custo) e não fornecidos pelo governo, o que acarretava expectativa de vida nada animadora.

Da infância à adolescência fiz muitas modalidades desportivas, iniciei com a Natação, depois o Taekwondo e Futebol. Aos 17 anos de idade conheci a Capoeira e definitivamente foi a atividade mais prazerosa que tive a oportunidade de praticar, hoje essa relação tem 12 anos.

Durante o ensino fundamental e médio, não fui um daqueles “alunos exemplares”, não gostava de ir à aula, mas adorava as aulas de História, Geografia e Biologia.

Em 2000 ingressei na faculdade e,  sinceramente, não foi uma escolha difícil. Sempre sonhei em ser biólogo, pois sentia-me fascinado pela possibilidade de estudar alguns dos fenômenos naturais que envolvem a VIDA em suas várias formas.

Após concluir a graduação, não havia tanta certeza sobre onde e em que trabalhar. Lecionei por um ano e meio e decidi partir para a área da pesquisa e tentar o mestrado em Zoologia. Foram dois anos de curso e um árduo trabalho de campo, coletando aranhas para investigar os efeitos das queimadas sobre a fauna do Cerrado.

Concluí o mestrado em 2010 e logo após a minha defesa, permaneci por três meses na Austrália para participar de um evento sobre a cultura popular brasileira, ensinando Capoeira e Forró.

Hoje eu estou muito feliz porque recebi a notícia de que mais uma jornada está prestes a começar. Adivinhem??

Em março de 2011 ingressarei no curso de doutorado em ECOLOGIA pela Universidade de Brasília. Serão mais 4 anos de muita luta, dedicação e VITÓRIA.

Gosto de desafios e acredito que esta é uma característica natural de todos nós (PESSOAS de FIBRA). Atribuo aos profissionais de saúde, ao esporte e, principalmente, aos meus pais o sucesso pela minha condição atual. Assim, o meu recado aos pais é que incentivem seus filhos a implementarem o tratamento médico de seus filhos, com o esporte e otimismo. Aos pacientes, sugiro que lutem pelos seus ideais, pois somos capazes de alcançar objetivos maravilhosos. Haja vista o exemplo da Vê e de tantos outros que lutam diariamente com toda a força por sua saúde e consequente vitória.”

 
Depoimento enviado para a equipe do Instituto Unidos pela Vida por e-mail por Geraldo Freire.
Este relato tem cunho informativo. Não pretende, em momento algum, substituir ou inferir em quaisquer condutas médicas. Em caso de dúvidas, consulte sua equipe multidisciplinar.