Depoimento Aline Nicoletti – Irmã e Mãe de Fibra
Comunicação IUPV - 10/08/2019 09:30Conheça a história da Aline Nicoletti. Ela mora em Blumenau, no estado de Santa Catarina e tem um irmão com Fibrose Cística. Além de ser uma irmã de fibra, a Aline também é uma mãe de fibra. Seu filho, Otávio, foi diagnosticado com Fibrose Cística logo nos primeiros meses de vida.
“O meu irmão nasceu em 22 de maio de 2005, e logo no dia seguinte precisar realizar uma cirurgia de emergência para uma obstrução intestinal. Foram dois meses na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e, nesse período, ele teve uma parada cardiorespiratória. Com todas essas complicações, a médica suspeitou que ele tinha Fibrose Cística, suspeita reforçada quando o resultado do Teste do Pezinho deu alterado. Ele realizou o Teste do Suor e o diagnóstico foi confirmado: ele tem a doença”, relembrou Aline.
De acordo com a Aline, por conta do diagnóstico do seu irmão, ela sabia que a possibilidade de seus filhos terem Fibrose Cística era real. Mesmo com essa informação, ela seguiu em frente e realizou o sonho de ser mãe.
“Nunca passou pela minha cabeça que o meu esposo também carregava o gene. No ultrassom morfológico ficamos sabendo que ele tinha uma má formação no intestino, ou pelo menos era isso que os médicos nos falaram. Depois de um mês, realizei o ultrassom com Doppler, que é um pouco mais detalhado, e essa má formação se confirmou. Como mãe, não quis aceitar que ele também teria Fibrose Cística. Eu já tinha passado por esse caminho com meu irmão, conhecia os desafios e dificuldades e não queria viver aquilo novamente”, contou Aline.
A Aline realizou o pré-natal inteiro no Sistema Único de Saúde (SUS) e, por conta da alteração indicada no ultrassom, a médica que a atendia no posto de saúde fez o encaminhamento para que ela iniciasse um tratamento específico para gravidez de alto risco no Hospital Santo Antônio. Lá, ela recebeu um acompanhamento semanal e quando completou 39 semanas de gestação, no dia 19 de novembro de 2018, fez uma cesariana para receber seu lindo Otávio.
“No dia 22 de novembro ele já precisou realizar a cirurgia de obstrução intestinal. Foram longos dias na UTI, com muitas lágrimas e alguns sustos. Quando a cirurgia completou uma semana, o resultado esperado finalmente chegou e eu chorei, mas foi de alegria, pois sabia que estava tudo bem agora e o intestino do meu pequeno Otávio estava funcionando. Foram 29 dias no hospital mas, finalmente, tivemos alta”, relembrou Aline.
O irmão da Aline tem 14 anos e o seu filho, Otávio, 7 meses. Antes do diagnóstico do irmão, nem ela e nem seus familiares conheciam ou sequer tinham ouvido falar sobre a Fibrose Cística
“No início foi tudo muito complicado, pois não conhecíamos a doença. Com o tempo passamos a conhecer outros pais de fibra que também moravam em Blumenau. Eles deram muito suporte para minha mãe, o que ajudou bastante. Mesmo com o diagnóstico, sempre levamos uma vida normal, brincávamos e nos divertimos como todas as crianças”, contou.
A Aline leva o tratamento do Otávio muito a sério e se dedica bastante para que todos os procedimentos sejam realizados.
“O Otávio faz fisioterapia e precisa utilizar o Creon desde que saiu do hospital. No início, ele teve muita dificuldade para ganhar peso e quase precisou ficar internado por desidratação, mas depois que começou a utilizar o leite Infatrini, começou a ganhar peso rapidamente”, relatou Aline.
Receber o diagnóstico da Fibrose Cística não foi fácil, nem para a irmã Aline e nem para a mãe Aline. Porém, ela seguiu forte para ajudar o seu irmão e o seu filho em todos os cuidados que a doença exige.
“No início, quando recebemos o diagnóstico do meu irmão, tudo era muito novo, ninguém conhecia a Fibrose Cística e chegamos a pensar que um dia ela passaria. Agora, tudo se repetiu com o meu filho. Porém, apesar do desconhecimento, sempre seguimos fortes em todas as batalhas que a Fibrose Cística coloca em nossa frente e o suporte familiar foi fundamental para isso. O futuro é incerto, apesar de sempre planejarmos muitas coisas. Às vezes, nossos sonhos tomam rumos diferentes, porém, eu sempre tento dar o meu melhor para o meu irmão e também para o meu filho, permanecendo ao lado deles e ajudando em tudo que precisam”, finalizou Aline.
Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.