Celebrando a Vida

John Diamond, um jornalista inglês, foi diagnosticado com câncer em março de 1997 e sua luta contra a doença foi uma inspiração para milhares de pessoas. Ao contrário do que se poderia esperar, John decidiu não fazer segredo de sua doença e sim escrever sobre ela em uma coluna semanal do London Times.
Conversar é parte da cura, não porque seja fisicamente terapêutico, mas só o fato de saber que não estamos sozinhos já traz alívio. Dor compartilhada é dor dividida, ou mais precisamente, dor com parte da ansiedade removida.
John também escreveu um livro chamado “C”, com o subtítulo “Por que covardes também tem câncer”, que o tornou conhecido mundialmente. Nas páginas finais existe uma passagem que brilha. É noite e ele está na cama com sua esposa, também jornalista, Nigella:
“- Por que você está sorrindo? – Ela disse.
– Não notei que sorria.. mas, eu estava pensando sobre você e as crianças… É um momento muito estranho, não?
– Como assim “estranho”?
– Você sabe… Estranho, pois eu nunca senti tanto amor por você como no ano que passou… Nunca apreciei você e as crianças como agora. De certa forma, me sinto culpado que este sentimento só tenha se manifestado depois da constatação desta doença.
Pela primeira vez, me vi falando assim sem ressentir ter sido o câncer a me ensinar o básico.
Ainda não acredito que o câncer foi bom para mim sob qualquer aspecto, mas é estranho, não?”
Apesar de estranho, é compreensível. Há momentos em que valorizamos o que é realmente importante na vida. Casamento, filhos, família, lar e amizades. É trágico ser um sofrimento a nos lembrar disto.
 
(Do livro “Celebrando a Vida”, por Jonathan Sacks. Texto extraído de uma página da Agenda 2011 da United Medical)
Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.