Depoimento | Mãe Paola Massari
Instituto Unidos pela Vida - 10/03/2014 10:00Depoimento enviado pela mãe do pequeno Gabriel, Paola Massari.
Para contar a minha história, tenho que voltar alguns anos antes do nascimento do meu filho Gabriel. Encontrei a pessoa amada, hoje meu marido, tentei engravidar e não consegui. Depois de vários exames e três anos de tentativas, fui encaminhada para a FIV (fertilização in vitro).Tentei a primeira vez no HC, pois não tinha dinheiro para uma clinica particular. Não deu certo.
Nesse período, minha prima que eu amo muito engravidou do 2º filho, e eu, caçula da família, era a única que não tinha tido essa benção. Ela fez uma reunião familiar e disse: nós vamos pagar seu tratamento em uma clinica particular.
Nossa, chorei… Fui para uma clinica muito boa. Na primeira tentativa, nada. Na segunda tentativa eu deveria fazer o exame de sangue no dia 30/01, meu aniversário. Pensei muito se nesse dia estaria pronta para receber outro não, já que eu adoro comemorar, mas tomei coragem e fui fazer o exame. Pedi para o médico me ligar só no fim do dia, para não estragar minha comemoração caso eu tivesse outro resultado negativo. Ele ligou às 15h e disse: parabéns duas vezes!! Pelo ser aniversário e por estar GRÁVIDAAA! Foi muita emoção. Chorei muito! A minha gravidez foi bem tranquila, e em setembro de 2002 meu filho Gabriel nasceu. Lindo, lindo, lindo. Pequeno, mas lindo.
Ílio meconial, UTI, 11 dias sem precisar de cirurgia… Primeiro teste do pezinho, positivo. Segundo teste do pezinho, positivo. Teste do suor, negativo. Sintomas: suor salgadíssimo, fezes horríveis, fome desesperadora. Nada de tosse. Com quatro meses, Gabriel foi para o berçário, como a maioria das mães faz quando tem que voltar a trabalhar. Com sete meses, teve bronquite e aí foi o início do tormento. Fomos para um pediatra e um pneumologista, mas nada de diagnóstico. Gabriel ficou 15 dias na UTI e teve alta, mas um anjo deve ter soprado no ouvido da minha que ele devia ficar mais um dia no hospital. Eu fiquei muito irritada, porque queria ir pra casa, mas ela me convenceu. Nessa noite, ele parou de respirar. Fizemos uma tomografia e ele saiu direto para a UTI, todo entubado e muito mal. Foi um desespero total. Nesse dia, toda a minha família estava do lado de fora da UTI quando um médico disse que Gabriel tinha 48 horas para melhorar, caso contrário… Olhei bem para a cara dele e disse: meu filho vai melhorar, pode ter certeza disso. Meu anjo Gabriel vai sair dessa.
Uma semana se passou nessa situação e na troca do plantão escuto uma enfermeira dizer: esse então é o Gabriel que tem Fibrose Císitica… Não sei até hoje como fecharam o diagnostico. No dia da alta, outro anjo aparece no quarto: Dra Neiva. Saímos de lá com a lista enorme de remédios, inalações, etc. e eu desesperada, pois não se pode ter o entendimento da doença assim tão facilmente.
Mas, como fui escolhida para ser mãe de uma pessoa especial, mentalizei que eu tinha que levantar, erguer a cabeça e partir para a luta, sem ficar se lamentando. Ele hoje tem 11 anos, claro que passou por vários problemas (internações, cirurgias, etc), mas estamos lutando e vencendo todas as etapas.
Tenho um conselho, se me permitirem: entendimento da doença, aceitação + tratamento correto + qualidade de vida + muito amor = superação!
Depoimento enviado para a equipe do Instituto Unidos pela Vida por e-mail por Paola Massari.
Este relato tem cunho informativo. Não pretende, em momento algum, substituir ou inferir em quaisquer condutas médicas. Em caso de dúvidas, consulte sua equipe multidisciplinar.