Depoimento – Paulo Fiore
Comunicação IUPV - 20/10/2020 08:00A equipe do Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística, entrevistou o Paulo Fiore e compartilha agora um pouco da sua linda e inspiradora história para vocês. Ele tem 27 anos, mora em Piratininga, no estado de São Paulo, e foi diagnosticado com fibrose cística em 1997.
“O pediatra que me acompanhava suspeitou que eu poderia ter a doença, por conta do meu baixo peso e dificuldade para me desenvolver, e me encaminhou para a UNESP de Botucatu, onde realizei o Teste do Suor que confirmou o diagnóstico. Lembro de pouca coisa da época, pois era muito criança, mas sei que, antes de receber essa notícia, minha família desconhecia a fibrose cística”, contou Paulo.
De acordo com Paulo, sua infância contou com momentos complicados e desafiadores, mesmo após receber o diagnóstico para fibrose cística e iniciar o tratamento adequado para a doença.
“Eu não vou mentir, minha infância foi muito complicada. Por ser muito magro, passei por várias dificuldades e problemas de saúde. Era desnutrido, sofria com muita tosse e pneumonias de repetição. Foi nesse momento que o esporte entrou na minha vida. A pneumologista que me acompanhava recomendou que eu começasse a fazer natação, sugestão que aceitamos de imediato e fez toda a diferença para a minha vida. Comecei a ganhar peso, as tosses diminuíram, tudo graças ao esporte. Na época também fazia karatê e jogava vôlei no colégio onde estudava. Com isso, minha adolescência acabou sendo muito mais tranquila, pois segui com o esporte e todo o tratamento para a fibrose cística da melhor maneira possível”, relembrou Paulo.
E a prática de atividades físicas faz parte da vida do Paulo até hoje, e ele faz parte da nossa Equipe de Fibra. Além da fisioterapia respiratória, nebulizações e uso de medicamentos, atualmente ele também alia os exercícios físicos como parte do tratamento para a fibrose cística.
“Por conta da pandemia minha rotina mudou um pouco, acabo apenas fazendo caminhadas ou corridas, mas antes eu frequentava a academia pelo menos quatro vezes por semana. Para se proteger da Covid-19, dei uma pausa nessas atividades, mas assim que tudo voltar ao normal, vou retomar com certeza. Eu conheci a Equipe de Fibra após uma indicação no aeroporto, na volta de uma viagem para o Chile. Assim que me contaram sobre o grupo, quis conhecer mais, entrei em contato e fiz amizade com os atletas de fibra”, afirmou Paulo.
Paulo sempre gostou de Biologia na escola, e essa paixão o fez cursar 1 ano e meio do curso na faculdade. O interesse era tão grande que passou a se dedicar em aplicar tudo que aprendia no curso com sua rotina com a fibrose cística, esforçando-se, com a ajuda dos seus professores e médicos, a entender mais sobre a doença.
“Em certo ponto percebi que essa paixão não era amor, não era algo que eu seguiria para toda a vida. Por isso, acabei mudando de área. Hoje, estou batalhando muito para trabalhar com aviação, tenho grande interesse na área. Estou cursando faculdade de Gestão de Recursos Humanos e devo me formar em breve. É uma faculdade que me abrirá muitos caminhos no ramo que eu pretendo seguir”, afirmou Paulo.
Além da prática de atividades físicas, Paulo também gosta bastante de viajar. E afirma que nunca teve dificuldades para organizar suas viagens aliando aos cuidados com o tratamento para a fibrose cística.
“Quando estamos viajando algumas coisas são imprevisíveis, mas é possível conhecer outros lugares, outros países, adaptando os roteiros com a rotina de tratamento para a fibrose cística. Acho que a adaptação é a palavra-chave. Vou sempre com os medicamentos, com a bula em português e inglês, e sempre programo os horários das refeições para levar as enzimas comigo. A fisioterapia durante as viagens ocupa bastante tempo, mas sempre faço pois entendo o quão importante é essa etapa do tratamento, inclusive para me permitir viajar”, contou.
Para finalizar, Paulo deixou uma linda mensagem para todas as pessoas com fibrose cística do Brasil, para que possam seguir seus sonhos e se esforçar ao máximo para realizá-los.
“Em primeiro lugar, creia em Deus, pois Ele é o caminho. Em segundo lugar, faça exercícios físicos. Isso me ajudou muito e fez toda a diferença na minha vida. Dedique-se à fisioterapia, aos tratamentos recomendados pela equipe que lhe acompanha e, assim como eu, faça parte da Equipe de Fibra. Sei que todos nós podemos ter qualidade de vida, saúde e viver bem, e com dedicação podemos alcançar esse grande objetivo”, finalizou.
Por Kamila Vintureli
Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.