Estudo mostra que extrato de alho pode ajudar pacientes com Fibrose Cística no combate a infecções
Instituto Unidos pela Vida - 31/03/2015 02:45Uma substância química encontrada no alho pode matar as bactérias que causam infecções pulmonares de risco nas pessoas que têm Fibrose Cística, de acordo com um trabalho publicado por pesquisadores da Universidade de Edimburgo. A propriedade química, conhecida como alicina, pode ser eficaz no tratamento contra um grupo de bactérias infecciosas que é altamente resistente à maioria dos antibióticos.
A alicina é produzida naturalmente pelos bulbos do alho. Na década de 1980, as bactérias conhecidas como complexo de Burkholderia cepacia (Bcc) trouxeram uma grande onda de infecções pulmonares transmissíveis em pessoas com Fibrose Cística.
Medidas para limitar a propagação de infeções Bcc entre pessoas com Fibrose Cística diminuíram consideravelmente o número de casos. Porém, os tratamentos recorrentes disponíveis para o tratamento da infecção (que se não tratada pode ser fatal) são limitados e às vezes exigem a combinação de até 3 ou 4 antibióticos por vez!
Os pesquisadores descobriram que a alicina, que pode ser extraída esmagando o alho cru, inibe o crescimento de bactérias. A equipe da Universidade de Edimburgo sugere que a alicina mata as bactérias Bcc justamente por modificar quimicamente suas enzimas-chave. Isso desativa e para processos biológicos que são fundamentais para a célula dos patógenos.
As pesquisas apontam que remédios contendo alicina podem ser usados em combinação com antibióticos já existentes para o tratamento de infecções Bcc. Porém os estudiosos ainda precisam identificar quais são exatamente os mecanismos pelos quais a alicina mata as bactérias antes de o produto químico ser incorporado em novos tratamentos.
Segundo a equipe de estudiosos, a Bcc é uma bactéria altamente versátil, que ainda não foi estudada em profundidade como a MRSA (outra superbactéria).
Elas produzem agentes anti-microbianos potentes que matam as bactérias e os fungos, tornando-os naturalmente fármaco-resistentes e permitindo a sobrevivência em ambientes poluídos e rica em antibiótico.
A equipe diz que a Bcc também têm uma gama de usos nas indústrias agrícolas.
Esse estudo foi publicado na revista PLoS One, financiado pela Universidade de Edimburgo e pelo Conselhor de Investigação de Biotecnologia e Ciências Biológicas.
Professor John Govan, da Universidade do Centro de Edimburgo para Doenças Infecciosas, que co-liderou o estudo, disse:
“Numa altura em que novos agentes antimicrobianos são urgentemente necessários, a pesquisa química e microbiológica tem o potencial para desbloquear o rico reservatório de compostos anti-microbianos presentes nas plantas, tais como alho. Compostos contendo alicina merecem uma investigação mais aprofundada como adjuntos aos tratamentos existentes para infecções causadas por Bcc. “
O Doutor Dominic Campopiano, da Escola de Química da Universidade de Edimbugo diz:
“O poder medicinal do alho tem uma rica história que de milhares de anos, mas a estrutura química da alicina só foi revelada na década de 1940. Nosso trabalho sugere que os métodos modernos deve ser usado para expandir ainda mais nosso conhecimento desta molécula enigmática e rejuvenescer suas potenciais aplicações”.
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