Just Breathe: Amanda, 26 anos
Instituto Unidos pela Vida - 25/01/2016 08:40Eu nunca me senti confortável falando sobre a Fibrose Cística. Eu sempre tentei ser “normal”, e as vezes isso significava negligenciar a minha saúde. Eu perdia o tratamento de nebulizador porque eu não tinha vontade de ficar sozinha por alguns instantes. Ou não tomava os meus remédios em público porque eu não queria ouvir ninguém perguntando para que eles serviam. Também ficava envergonhada por tossir em público, o que sempre era seguido por um comentário estranho como “você fuma muito!”. Com o tempo eu descobri que dá mais trabalho esconder que tenho FC do que simplesmente assumi-la.
Quando eu comecei a minha faculdade em Toronto, escolhi morar numa república, subestimando completamente o quanto a minha doença precisaria ser comunicada para as pessoas. Quando eu e a minha FC “sentamos no quarto” (que não era maior do que uma cela), percebemos que aqueles 20 estranhos que estavam nos outros cômodos virariam a nossa família. Eu não tive escolha, senão sair e compartilhar o meu mundo. Falei sobre a tosse, sobre as visitas ao hospital, sobre tudo. Aquele foi o momento que eu precisava para me tornar confiante, e aceitar essencialmente o fato de que eu vivo com a FC e que ela é parte do que sou.
Eu pensei que tinha um novo ponto de vista positivo sobre mim mesma. Antigamente eu achava que não podia abrir completamente uma parte de mim e estar em um relacionamento. Eu levei 20 anos para encarar a Fibrose Cística de frente, então como eu esperava que alguém pudesse fazer isso também? Depois disso, comecei a sair com o Phil, meu atual noivo. Desde o primeiro dia ele está presente e luta as batalhas da FC comigo, quando eu estou prestes a desistir. Ele me lembra de ter um tempo e colocar uma máscara quando não consigo respirar. Ele me traz um copo d’água quando eu estou tossindo. Ele vai olhar para mim e dizer “querida, você tomou os seus remédios?” todas as noites, durante o jantar. São essas coisas e muito mais que fazem eu ver que não estou sozinha.
Ter uma doença que constantemente te lembra de que a vida pode ser curta é um grande fardo. Mas tentar ignorar as responsabilidades vai tornar impossível viver uma vida feliz. Todo mundo tem os seus desafios na vida, e chega um momento que você deve escolher entre desistir ou encarar. Eu, definitivamente, não estou pronta para desistir!
Tanto a foto quanto o texto desse post são propriedade de Ian Ross Pettigrew e fazem parte do projeto Just Breath – Adultos vivendo com Fibrose Cística. A tradução e reprodução desses materiais no site do Instituto Unidos Pela Vida foram autorizados pelo autor.