Just Breathe: Amanda, 34 anos
Instituto Unidos pela Vida - 22/06/2015 11:45Eu nunca vou esquecer o dia que em fui diagnosticada com fibrose cística. Era o meu aniversário de 21 anos e eu tinha um filho de apenas um ano que estava com problemas de saúde. Os médicos fizeram testes em nós dois e felizmente viram que ele não tinha FC. Porém, meus testes mostraram que eu tinha. Foi uma confusão de sentimentos. Eu me sentia feliz pelo fato de o meu filho não ter problemas, mas devastada com a possibilidade de não poder vê-lo crescer. Eu passei grande parte da minha adolescência entrando e saindo de hospitais por conta de problemas respiratórios. Todas as vezes falavam que eu tinha asma. De certa forma, senti um alívio de finalmente saber o que tinha de “errado” comigo em todos esses anos, mas a descoberta também trouxe uma série de desafios, desapontamentos e também triunfos.
Aquele pequeno menino de um ano que salvou a minha vida tem 14 anos hoje em dia. Além dele, também tenho um filho de 8 anos e outro de 2 anos. Eu sou filha, eu sou uma pessoa que tem fibrose cística, mas, acima de tudo, eu sou uma mãe! Eu tenho 3 meninos incríveis. Eles são o meu coração, minha alma e meu mundo! É por eles que eu luto todos os dias. Eu preciso deles tanto quanto eles precisam de mim. Eles me dão força e coragem até mesmo nos meus piores dias, para que eu sempre tenha saúde e possa ver eles crescendo e tendo as suas próprias famílias
Todas as manhãs eu acordo e levo os meus filhos mais velhos para a escola. Eu chego em casa e preparo o café da manhã para o mais novo. Enquanto ele come, começo a minha rotina diária de tratamento. Eu coloco meu colete de fisioterapia, começo a tomar os meus antibióticos, fazer inalação e tomar as enzimas. Essa é a minha rotina matinal, que demora em média duas horas. Quando termino, posso ser mãe de novo e passo lindas horas entre os meus tratamentos matinais e noturnos. Eu posso brincar com os meus filhos, aproveitar a vida, rir, me divertir e curtircada oportunidade que eu tenho de estar com os meus filhos (mesmo que seja apenas colorindo com o meu filho de 2 anos, cantando no carro com o de 8 anos, ou então jogando basquete com o de 14 anos), afinal essas são as memórias que ficarão para sempre.
Depois da escola os meus filhos voltam para casa, nós fazemos as tarefas, cozinhamos o jantar e assistimos a filmes, tudo como uma família normal. Após eles irem para a cama, coloco o meu colete de fisioterapia novamente e volto para a minha rotina de tratamentos noturnos.
Eu não encaro mais tudo isso como um fardo, mas sim como um milagre o fato de eu ter condições para ter os medicamentos e essa rotina que pode me manter saudável para não apenas estar com os meus filhos, mas também aproveitar cada momento com eles (e não ser só uma espectadora).
A fibrose cística é tanto uma parte de mim quando ser mãe, mas todos os dias eu rio, e aproveito cada minuto e cada respiração que dou. EU NÃO SOU apenas uma sobrevivente. Eu sou uma lutadora desde o dia em que nasci. Sou uma guerreira e os meus filhos me dão força para que eu conquiste qualquer batalha que apareça no meu caminho.
Tanto a foto quanto o texto desse post foram criados por Ian Ross Pettigrew e fazem parte do projeto Just Breath – Adultos vivendo com Fibrose Cística. A tradução e reprodução desses materiais no site do Instituto Unidos Pela Vida foram autorizados pelo autor.