Just Breathe: Carole, 41 anos

Eu tinha 6 semanas de vida quando fui diagnosticada com Fibrose Cística. Meu pediatra receitou um Cotazym por refeição e sugeriu que eu fosse para o Hospital Infantil de Ottawa. Eu tinha 4 meses e meio quando meus pais me levaram ao hospital, e acabei ficando dois meses por lá. Eu deixei o hospital pesando 3 kg e meio, tomando seis Cotazyms por refeição e com uma notícia de que viveria até os sete anos… E foi assim que a minha vida começou, 41 anos atrás.
No dia 8 de maio de 2014 eu comemorei o meu aniversário de 40 anos. Algumas pessoas dizem que fazer 40 anos é um marco, eu prefiro dizer que é um milagre. Eu lembro da manhã do meu aniversário como se tivesse sido ontem: foi um misto de emoção e medo. Estatisticamente, 40 nunca foi uma idade cogitada, nem 30, ou 20, ou até 10, então essa data foi muito importante! O misto de emoções foi sem igual… alegria, pânico, felicidade, medo, alívio, preocupação, excitação, tristeza, culpa e orgulho da vida que eu vivi — mas, acima de tudo, felicidade. Ironicamente, as mesmas emoções foram sentidas e abandonadas nos últimos 41 anos de luta contra a Fibrose Cística. A FC faz isso. Ela pode brincar com as suas emoções e é muito imprevisível. Ela também te força a ver e viver a vida de uma maneira diferente. A habilidade de viver a vida neste momento é um presente, e também pode sugerir o lembrete de que a morte pode chegar.
A FC é difícil e traz duras realidades. Embora eu ore e tenha esperança de cura todos os dias, eu também sou muito grata por ter sido escolhida para ter essa doença. Por causa da Fibrose Cística eu me uni a uma nova família, a “Família FC”. Isso me fez, sem dúvida, a pessoa que sou hoje, que vive a vida com o coração e com os olhos abertos. Meu sonho é que um dia descubram a cura para a Fibrose Cística. Esperança, eu tenho muita esperança.
Tanto a foto quanto o texto desse post são propriedade de Ian Ross Pettigrew e fazem parte do projeto Just Breath – Adultos vivendo com Fibrose Cística. A tradução e reprodução desses materiais no site do Instituto Unidos Pela Vida foram autorizados pelo autor.