Just Breathe: Steph, 29 anos
Instituto Unidos pela Vida - 10/02/2016 19:23Força, coragem, amor, perseverança, frustração, raiva, tristeza (para nomear apenas algumas) são palavras que descrevem o que é ter Fibrose Cística.
Eu fui diagnosticada com FC aos sete meses de idade. Disseram para a minha mãe que eu não viveria até os 10 anos. Hoje, aos 29, eu já fui para a universidade, viajei para alguns lugares (mas ainda tenho vontade de conhecer outros lugares e culturas), dei esperança para outras famílias de crianças com Fibrose Cística, ajudei pessoas em situação de rua, voluntariei em eventos com o objetivo de angariar fundos para a FC, pulei de parapente, festei com os amigos, me tornei tia de oito crianças e muito mais!
Eu também passei por momentos difíceis, como ter que ficar fazendo o meu tratamento enquanto as outras crianças estavam brincando, tive pneumonia algumas vezes (que já fizeram eu precisar ser internada e até perder o emprego), já fui julgada por outras pessoas antes de me conhecerem VERDADEIRAMENTE, tive que ouvir de algumas pessoas que elas não gostariam de se envolver comigo porque tinham medo que eu morresse, perdi noites de sono por ficar tossindo sem parar, e também tive que ouvir a pergunta “você tomou os seus remédios” até que ela ficasse ecoando na minha cabeça (o que me deixa maluca e faz com que eu me sinta como uma criança).
Eu aprendi a ouvir o meu corpo (e não ser tão teimosa), a beber muita água, a tomar meus remédios, a arranjar tempo para me cuidar e desestressar (para que a minha imunidade não baixe e eu consequentemente fique doente) e a tomar atitudes como “ok, o que eu posso fazer para me sentir melhor?!”
Eu também aprendi a viver a vida intensamente e apreciar a companhia das pessoas a minha volta. Focando nos meus sonhos, objetivos de vida, no meu tratamento, nas minhas medicações e visitas médicas — tudo enquanto apresento uma atitude positiva — eu posso me tornar genuinamente o que quero e ter uma vida completa.
Nos momentos em que a frustração, a raiva a dor e a tristeza parecem ser os sentimentos proeminentes nas pessoas com FC (assim como para as pessoas que estão a volta) procuro ver força, coragem, amor e perseverança. A Fibrose Cística não define quem eu sou. As experiências e sentimentos pelos quais nós passamos é que nos definem. Tem tanto que eu ainda desejo fazer na minha vida e eu não vou deixar que essa doença me defina ou controle quem sou. Eu definitivamente já fui derrubada muitas vezes e fiquei com raiva, tristeza e frustração, mas eu continuo fazendo de tudo para voltar a ter coragem, força para me levantar e perseverar!
Tanto a foto quanto o texto desse post são propriedade de Ian Ross Pettigrew e fazem parte do projeto Just Breath – Adultos vivendo com Fibrose Cística. A tradução e reprodução desses materiais no site do Instituto Unidos Pela Vida foram autorizados pelo autor.