Lei Tatiane quer levar informações sobre a doação de órgãos para crianças e jovens brasileiros
Comunicação IUPV - 05/11/2020 07:35Tatiane Penhalosa entrou na fila de transplante aos 30 anos à espera de um novo coração que poderia mudar a sua vida e lhe trazer mais qualidade de vida. Após dois longos anos, Tatiane não aguentou mais esperar e acabou falecendo. Infelizmente, a família de Tatiane não foi a única a perder um ente querido nessas mesmas condições. De acordo com dados do Registro Brasileiro de Transplantes, nos últimos 4 anos mais de 9 mil pessoas perderam a vida enquanto aguardavam na fila de transplante.
Muitas dessas vidas, inclusive a de Tatiane, poderiam ter sido salvas com a doação de órgãos, gesto de amor e generosidade capaz de transformar a realidade de muitas pessoas em nosso país. Porém, ainda de acordo com o Registro Brasileiro de Transplantes, 37,2% da população brasileira nega a doação de órgãos de um familiar.
Na tentativa de mudar este cenário em nosso país, o projeto Sou Doador, ao lado do Deputado Federal Ricardo Izar, busca a aprovação do Projeto de Lei 2839/2019, movimento chamado de Lei Tatiane, que institui o Programa de Ensino e Conscientização sobre Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos no currículo escolar e acadêmico brasileiro.
O grande objetivo do PL é ensinar crianças e jovens sobre a importância da doação de órgãos e como o SIM de uma família pode mudar a vida das mais de 45 mil pessoas que atualmente estão na fila de transplante. Além disso, busca-se com o Projeto formar uma nova geração de profissionais da saúde com um olhar e treinamento diferenciados em relação à doação de órgãos.
Você pode apoiar este movimento deixando uma assinatura no abaixo-assinado Pela LEI TATIANE: Ensino e Conscientização sobre doação de órgãos. Basta clicar aqui para apoiar o movimento e compartilhar entre seus amigos e familiares.
A Patricia Fonseca é fundadora do Sou Doador e transplantada de coração. Ela afirma que a informação é a melhor saída para mudarmos o cenário da doação de órgãos em nosso país.
“O movimento surgiu motivado pelo falecimento da Tati, quando fiz um texto de desabafo que acabou viralizando. Essa viralização nos deu a certeza que a sociedade estava preparada para dar um próximo passo no esforço de conscientização, pois vimos quantas pessoas se sensibilizaram com a causa e com o fato de tantas famílias ainda negarem a doação. Aproveitamos esse movimento e o impacto causado pela história da Tati para não só fazer uma homenagem para ela e para todas as pessoas que partiram durante a espera, mas para propor uma ação concreta para que ninguém mais partisse aguardando um órgão. Como acreditamos muito no poder da educação, escrevemos uma proposta e lapidamos o texto dentro do nosso time, que é formado por profissionais da saúde transplantados, e tivemos o auxílio do Deputado Federal Ricardo Izar, que abraçou nossa proposta imediatamente”.
Patricia ainda afirma que a Lei Tatiane pode significar um verdadeiro salto no avanço da conscientização sobre a doação de órgãos no Brasil.
“Mais que campanhas, mais do que depender da mídia, ter o tema dentro das escolas de maneira obrigatória é garantir que toda pessoa tenha o acesso à informação para saber sobre o seu direito de doar. É isso que lutamos para garantir, queremos que as pessoas tenham informação para tomar a decisão consciente sobre o desejo de ser doador e para que possam avisar em vida”.
Cristiano Silveira é presidente da Associação Carioca de Assistência à Mucoviscidose (ACAM-RJ), coordenador da Equipe de Fibra e conselheiro estratégico do Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística. Ele afirma que movimentos como a Lei Tatiane podem fazer a diferença na vida de milhares de pessoas que aguardam na fila de transplante.
“A fibrose cística é a terceira condição que mais encaminha para a realização do transplante pulmonar e sabemos o quão valioso pode ser o SIM de uma família, ato que pode literalmente salvar vidas. Apoiamos e acreditamos na Lei Tatiane e não temos dúvidas de que ela será capaz de mudar a realidade de muitas pessoas. A espera na fila de transplante é um momento difícil para todos, muitos pacientes ficam anos aguardando pelo órgão e vários acabam não resistindo à espera. Precisamos mudar essa realidade e a melhor forma é a informação e conscientização da população”.
Seja doador de órgãos
No Brasil, para ser doador de órgãos não é preciso deixar nenhum documento assinado. Basta avisar sua família sobre sua vontade. Este diálogo é fundamental pois, mesmo que você se declare doador, a doação não é realizada sem a autorização da sua família. Por isso, converse com seus amigos e familiares. Deixe claro o seu desejo e compartilhe informações sobre a importância da doação de órgãos.
De acordo com o Ministério da Saúde, em nosso país é possível doar rim, fígado, coração, pâncreas, pulmão, córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical. Clique aqui e saiba mais sobre a doação de órgãos.
Por Kamila Vintureli
Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.