Doação de órgãos: saiba como se tornar um doador

Comunicação IUPV - 27/09/2023 07:22

No Brasil, o dia 27 de setembro marca a passagem do Dia Nacional de Doação de Órgãos. A data foi criada para conscientizar a população de todo o país sobre a importância de ser doador e o impacto que esse ato de amor e generosidade pode trazer para a vida de várias pessoas.

De acordo com a última edição do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), mais de 50 mil pessoas seguem na fila de transplante aguardando o SIM de uma família que poderá mudar suas vidas. De acordo com o documento, no primeiro semestre de 2022, “a taxa de notificação dos potenciais doadores caiu apenas 1,7%, enquanto a taxa de efetivação da doação (24,4%) diminuiu 6,9%. Essa menor taxa de doação foi devido ao aumento de 9,5% na taxa de não autorização familiar para a doação (46% dos familiares entrevistados foram contrários à doação).”

Além da falta de informação sobre a importância da doação de órgãos, a pandemia causada pela Covid-19 também contribuiu para que o número de transplantes caísse no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), o número de transplantes de órgãos no Brasil caiu em mais de 40% desde o início da pandemia. Para a ABTO, três fatores foram decisivos para essa preocupante situação: a alta ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), a dificuldade de transporte dos órgãos durante a pandemia e o medo das famílias em relação à contaminação pelo vírus.

Você pode fazer a diferença!

Com essa situação, a importância da divulgação e conscientização sobre a doação de órgãos no país se faz ainda mais presente. No Brasil, para ser doador de órgãos é fundamental que você converse com sua família e manifeste a sua vontade de se tornar doador. Essa conversa é fundamental pois, para os brasileiros, a doação só acontece quando a família do doador autoriza o procedimento. Ou seja, mesmo que você seja doador de órgãos, se sua família não souber da sua vontade, ela pode não autorizar a doação. Converse, abra esse diálogo tão importante entre seus amigos e familiares para que a sua vontade seja respeitada. 

É possível doar rim, fígado, coração, pâncreas, pulmão, córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical. Infelizmente, grande parte das famílias recusa a doação e essa atitude acaba aumentando ainda mais o tempo de espera por um transplante entre as milhares de pessoas que seguem na fila aguardando para a realização do procedimento.

Abaixo, compartilhamos com você algumas especificações definidas pelo Ministério da Saúde sobre a doação de órgãos no país.

Doador vivo: é qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que o ato não prejudique sua saúde. Nesse caso, é possível doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. De acordo com a lei, parentes até quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Pessoas que não são parentes podem realizar a doação somente com autorização judicial.

Doador falecido: é aquele paciente com morte encefálica, geralmente vítima de catástrofes cerebrais (traumatismo craniano ou derrame cerebral). É necessária a autorização da família para que a doação seja realizada.

Fibrose Cística

Um estudo publicado na Revista de Medicina afirma que a fibrose cística é a terceira condição que mais encaminha pacientes para o transplante pulmonar. No Brasil, três centros estão habilitados para o transplante pulmonar: a Santa Casa de Misericórdia em Porto Alegre, pioneira no procedimento na América Latina, o InCor em São Paulo e o Hospital de Messejana em Fortaleza.

Em 03 de agosto de 2021, após mais de 10 anos sem a realização de transplantes pulmonares no Rio de Janeiro, o Instituto Nacional de Cardiologia (INC) fez o primeiro procedimento deste tipo da instituição. De acordo com o coordenador do Programa de Transplante Pulmonar do Hospital Israelita Albert Einstein e membro do Departamento de Transplante de Pulmão da ABTO, Dr. Marcos Samano, este foi o primeiro passo para que o programa de transplante pulmonar se torne contínuo no Rio de Janeiro Clique aqui e saiba mais. 

É importante ter em mente que não são todas as pessoas com fibrose cística que recebem essa recomendação. Nos casos de indicação da necessidade do transplante, são verificados uma série de requisitos clínicos, sociais e psicológicos. Depois disso, o paciente passa por um processo de reabilitação e aguarda por um órgão compatível. 

Então não se esqueça: converse hoje mesmo com a sua família e manifeste a sua vontade de ser doador de órgãos. Deixe a vida prosseguir. Você pode fazer a diferença!

Referências:

http://www.revistas.usp.br/revistadc/article/view/69582#:~:text=A%20fibrose%20c%C3%ADstica%2C%20uma%20doen%C3%A7a,anos%20de%20infec%C3%A7%C3%A3o%20pulmonar%20cr%C3%B4nica.

https://site.abto.org.br/publicacao/xxviii-no1/

http://saude.gov.br/saude-de-a-z/doacao-de-orgaos#:~:text=1%20%2D%20O%20primeiro%20%C3%A9%20o,e%20c%C3%B4njuges%20podem%20ser%20doadores.

Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

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