Saiba qual é a diferença entre medicamento de referência, genérico e biossimilar
Comunicação IUPV - 23/03/2023 08:54O tratamento para a fibrose cística, doença genética rara e ainda sem cura, é diário e envolve a realização de diversas etapas de acordo com a recomendação médica, como fisioterapia respiratória, inalação, atividade física, dieta hipercalórica e o uso de medicamentos. O que muita gente não sabe é que um medicamento pode ser classificado como de referência, genérico ou biossimilar. Mas qual é a diferença entre eles? O Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística explica.
Medicamento de referência
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o medicamento de referência é aquele considerado como original e inovador. Ele tem registro do órgão federal responsável pela vigilância sanitária do país e possui segurança e eficácia comprovadas cientificamente, além do nome comercial em suas embalagens.
Medicamento genérico
Já o medicamento genérico, como afirma o Ministério da Saúde, tem as mesmas características que o medicamento referência, produzindo os mesmos efeitos ao organismo. Porém, ele não possui nome comercial e deve ser comercializado pelo seu princípio ativo, ou seja, pela substância responsável pelos efeitos terapêuticos.
Antes de receberem a autorização para comercialização, os genéricos passam por rigorosos testes de qualidade – como os testes de equivalência farmacêutica e bioequivalência -, etapas que irão verificar se eles possuem, de fato, a mesma qualidade dos medicamentos de referência e produzirão os mesmos efeitos no organismo do paciente que recebe a recomendação de uso.
Apesar dessa comprovação, muitas pessoas ainda se sentem inseguras ao comprar um medicamento genérico, principalmente por serem itens com custo mais barato em farmácias e drogarias (por lei devem ser pelo menos 35% mais baratos do que o produto de referência) . Porém, o valor baixo não significa que o genérico é menos eficaz, mas sim que, por ser uma cópia de uma tecnologia já conhecida, não precisou de investimento em pesquisas durante o seu processo de desenvolvimento, o que reduz os custos para o consumidor final.
Identificar um medicamento genérico é muito fácil. Basta localizar em sua embalagem uma tarja amarela com a letra G de genérico estampada, além da descrição “Medicamento Genérico – Lei 9.787/99”. Caso você esteja em dúvidas sobre trocar ou não um medicamento de referência por um genérico, converse com o profissional da saúde que indicou o uso.
Medicamento equivalente similar
Os medicamentos equivalentes são aqueles que possuem o mesmo princípio ativo, concentração, forma farmacêutica e via de administração que o medicamento de referência, porém, diferente dos medicamentos genéricos, os equivalentes similares possuem marca e nomes próprios.
Anteriormente eram comercializados no Brasil os medicamentos similares, porém, com uma mudança que houve na legislação em busca de medicamentos com qualidade disponíveis a população, foi criado os medicamentos equivalentes similares, com testes mais rigorosos de bioequivalência farmacêutica, biodisponibilidade e de bioisenção aos medicamentos similares que já estavam no mercado, elevando a segurança aos consumidores e garantindo eficácia no tratamento para quem optar pela intercambialidade no ato da compra.
A implantação dos medicamentos “similares equivalentes” ou “similares intercambiáveis” teve como objetivo elevar a concorrência no País entre os fabricantes de medicamentos, barateando o custo do tratamento farmacológico a todos os brasileiros.
Medicamento biossimilar
De acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), os medicamentos biossimilares são tecnologias biológicas obtidas a partir das células de organismos vivos e geneticamente modificados. Seu desenvolvimento acontece após a expiração da patente do medicamento de referência e busca garantir que terá os mesmos resultados em termos de segurança e eficácia.
Os biossimilares não são considerados como genéricos por se tratarem de medicamentos biológicos, diferente dos genéricos, que são feitos por meio de síntese química. Ainda de acordo com a Fiocruz, eles são configurados por moléculas grandes e complexas produzidas por células vivas, o que pode causar pequenas variações em suas estruturas.
É importante lembrar que os medicamentos biossimilares fazem o mesmo efeito que o medicamento de referência, possuindo propriedades físicas, químicas e biológicas muito parecidas, e passando por estudos laboratoriais que garantem os aspectos clínicos que comprovam que possuem qualidade, eficácia e segurança quando comparados ao medicamento originador.
Vale ressaltar que a principal diferença entre os medicamentos equivalentes similares e os biossimilares é a forma de preparo dos princípios ativos, os equivalentes similares são produtos de origem química e sintética, já os biossimilares tem origem biológica.
Segue com dúvidas?
Caso você ainda tenha dúvidas sobre as diferenças entre um medicamento de referência, genérico e biossimilar, entre em contato com a equipe médica que acompanha você ou seu filho diagnosticado com fibrose cística. Esses profissionais também poderão lhe ajudar com todas as suas dúvidas.
Por Kamila Vintureli
Revisão: Vinícius Bednarczuk de Oliveira – Farmacêutico e Doutor em Ciências Farmacêuticas
Referências:
https://www.bio.fiocruz.br/index.php/br/noticias/1744-entendendo-os-biossimilares
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Nota importante: As informações aqui contidas têm cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e/ou o tratamento médico. Em caso de dúvidas, fale com seu médico.