Pandemia reduz o número de Testes do Pezinho realizados no Rio de Janeiro – Série Especial Coronavírus

Comunicação IUPV - 22/06/2020 10:14

A Série Especial Coronavírus, criada pela equipe do Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística, compartilha agora uma das tantas consequências causadas pela pandemia da Covid-19: a redução no número de Testes do Pezinho realizados no Rio de Janeiro.

De acordo com a APAE-RJ, responsável pelos testes no estado do Rio de Janeiro, desde que a pandemia se agravou no Brasil, a quantidade de exames coletados diminuiu consideravelmente. Em fevereiro de 2020, 13.082 bebês foram triados pelo Teste do Pezinho. Em março, esse número caiu para 9.699 e em abril a queda foi ainda mais drástica, com apenas 8.925 testes realizados no estado.

De acordo com o Biólogo, presidente da Associação Carioca de Assistência à Mucoviscidose (ACAM-RJ) e Coordenador do grupo de trabalho da triagem neonatal no Conselho Estadual de Saúde (CES), Cristiano Silveira, o relatório de maio ainda não está disponível.

“Porém, apesar de ainda não termos esses dados, é possível prever que a queda neste último mês tenha sido ainda maior no Rio de Janeiro. Considerando toda essa situação, uma consequência indireta da pandemia causada pela Covid-19 pode ser o adoecimento e até mesmo o falecimento de bebês no estado pela falta do Teste do Pezinho, exame tão importante e que atua na triagem de várias doenças, incluindo a Fibrose Cística”, afirmou Cristiano.

O presidente da ACAM-RJ ainda relata que, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ), três fatores contribuíram para essa situação. A primeira delas seriam as falhas nos Correios, empresa que realiza o envio dos cartões filtro onde o sangue do calcanhar do bebê é coletado e manda dos municípios cariocas para o laboratório na capital. Além disso, o fechamento das Unidades Básicas de Saúde (UBS) em várias regiões do estado e o medo das famílias de se contaminarem pela Covid-19 ao levar os bebês aos postos de saúde também foram fatores que influenciaram para a queda no número de exames.

“No dia 15 de junho de 2020, as associações de Doença Falciforme e Talassemia, de Fenilcetonúria e de Fibrose Cística realizaram uma reunião para tratar do assunto no Grupo de Trabalho de Triagem Neonatal do Conselho Estadual de Saúde. De acordo com o que foi levantado, a SES-RJ alega que já se reuniu com os Correios, com o COSEMS e com a APAE-RJ para tentar resolver o problema, mas é fundamental que todas essas crianças que não realizaram o exame sejam localizadas e testadas o mais breve possível. O Teste do Pezinho oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) faz a triagem de seis doenças (Fibrose Cística, Hiperplasia Adrenal Congênita, Deficiência da Biotinidase, Anemia Falciforme, Hipotireoidismo Congênito e Fenilcetonúria) e algumas delas podem ter um agravamento importante em um intervalo de tempo muito curto, o que pode causar graves consequências à saúde dessas crianças se não forem diagnosticadas a tempo”, ressaltou Cristiano.

Teste do Pezinho

O dia 06 de junho marcou a passagem do Dia Nacional do Teste do Pezinho, exame extremamente importante para a triagem da Fibrose Cística. Ele é gratuito e obrigatório para todos os recém-nascidos brasileiros, faz parte do Programa de Triagem Neonatal do Ministério da Saúde e todos os estados do Brasil estão credenciados para realizá-lo.

O Teste do Pezinho deve ser realizado entre o 3º e 7º dia de vida do bebê e pode ser feito nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de todo o Brasil, além de maternidades e hospitais credenciados. O teste é realizado por meio da coleta de algumas gotinhas de sangue do calcanhar do bebê. Esse procedimento é simples, rápido e pode fazer toda a diferença para a vida do seu filho.

No caso da Fibrose Cística, caso o Teste do Pezinho dê alterado para a patologia, o Teste do Suor deve ser realizado para confirmar ou descartar o diagnóstico. Clique aqui para conferir os locais que realizam esse teste no Brasil.

Por Kamila Vintureli

Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

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