Por que algumas infecções persistem?
Instituto Unidos pela Vida - 07/11/2016 14:55Nota importante: As informações deste texto têm cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com sua equipe multidisciplinar, eles poderão esclarecer todas as suas perguntas!
Uma pesquisa realizada por três pesquisadores da Universidade de Vermont, utilizou uma série de vídeos de “lapsos de tempo” para demonstrar que células únicas dentro de uma comunidade de bactérias aleatoriamente usam uma cascata de proteínas para tornarem-se mais ou menos resistentes a antibióticos, mesmo quando a comunidade não é ameaçada por um antibiótico. Uma colônia de bactérias pode se regenerar tão somente se algumas células sobreviverem ao tratamento antibiótico.
“É custoso, do ponto de vista metabólico, para uma célula expressar as proteínas que a capacitam à resistência”, disse Mary Dunlop, professora assistente na Faculdade de Engenharia e Ciências Matemáticas da universidade e autora do artigo. “Essa estratégia permite que uma colônia se resguarde através da ativação de células individuais dentro de uma população que assumam altos níveis de resistência enquanto outras evitam este trabalho extra.”
Pesquisas anteriores demonstraram que, quando expostas à alguns antibióticos, todas as células de uma população bacteriana usam a estratégia da cascata proteica, ativada por um mecanismo chamado MRSA, para tornarem-se resistentes.
Mas o novo estudo está entre os primeiros a mostrar que colônias usam a estratégia da cascata proteica mesmo quando não estão sob ameaça.
“Essa resistência transitória, distribuída em vários graus entre células individuais de uma população, pode ser a norma para muitas populações de bactérias”, apontou Dunlop.
Isso pode explicar por que a infecção persiste em doenças como a Fibrose Cística, ela diz. Para essas doenças, clínicos sabem que não se deve utilizar antibióticos que estimularão os níveis de resistência por MRSA na população.
Mas a persistência de algumas células resistentes a antibióticos retardatárias após o tratamento com o antibiótico apropriado poderia ser o suficiente para manter a infecção viva.
O estudo sugere que alterar a frequência e o tempo do tratamento antibiótico poderia ser uma maneira de acompanhar uma infecção, já que as bactérias trocam a resistência ao antibiótico entre seus membros, possibilitando com que a droga mate a cultura inteira.
Algumas bactérias resistentes a antibióticos, como a MRSA, são resistentes devido às mudanças genéticas, como mutações. As estudadas por Dunlop e seus colegas alteram seus traços – a expressão da proteína, por exemplo – mas não os seus genomas, tornando-as significantemente mais difíceis de identificar, uma vez que o nível de resistência de cada bactéria muda com o passar do tempo.
Fonte: Science Daily
Disponível em: https://www.sciencedaily.com/releases/2016/01/160113100841.htm
Traduzido por: Victor Pereira