Por que decidimos não ter filhos – Depoimento de Dana, que tem Fibrose Cística
Instituto Unidos pela Vida - 15/05/2017 17:00Logo que meu marido e eu nos casamos, as pessoas começaram a nos perguntar se e quando teríamos filhos. Hoje, três cães, nenhum filho, inúmeras viagens e dez anos de casamento depois, sentimos que nossa família está completa do jeito que está.
Por Dana Curry
“Primeiro vem o amor, depois vem o casamento, e depois vem o bebê com o seu carrinho.” Certo? Não, para nós, não. Primeiro veio o amor, quando encontrei meu marido, William, enquanto cursávamos a University of South Carolina Aiken. Depois de nos graduarmos, começamos nossas carreiras e namoramos por três anos, Will me pediu em casamento. Planejamos tudo em seis meses e finalmente eu disse “Sim” em Las Vegas diante de nossos familiares e amigos.
Will e eu celebrando nosso décimo aniversário em Puerto Rico
Logo após nosso casamento, começaram a ouvir: “Quando vocês vão ter filhos?” “Quantos filhos vocês querem ter?” As perguntas vinham dos amigos e da família, mas pessoas estranhas também fizeram parte desse coro de curiosos. Enquanto Will e eu nos concentramos em simplesmente desfrutar da companhia um do outro, enquanto navegávamos pela complexidade da vida de recém-casados com fibrose cística, parecia que todos estavam mais preocupados que nós em se e quando aumentaríamos a família. Encontrávamos alguém que imediatamente nos perguntava: “Quantos filhos vocês têm?”
Agora sou eu que tenho uma pergunta para essas pessoas: Por que eu tenho que ter filhos? A resposta é que eu não preciso ter. Nem você, se esta for a sua opção. Nossa cultura programou nossos cérebros para esperar que logo que as pessoas se casam, elas tenham filhos. E as pessoas sempre presumem que as mulheres na minha idade, trinta anos, têm filhos.
Inicialmente, quando Will e eu nos casamos, sequer tínhamos certeza em relação a essa possibilidade de ter filhos. Por isso, decidimos que primeiro passaríamos um tempo juntos, viajaríamos e apenas desfrutaríamos a companhia um do outro. Num outro momento, uns cinco anos depois do casamento, nosso interesse em potencialmente aumentar a família incomodou um pouco. Decidimos que Will deveria fazer o teste genético para saber se era portador de FC, e descobrimos que não é. Em função da minha boa saúde, fui até mesmo incentivada a gerar um bebê pelo meu médico da FC, o que foi uma ótima notícia!
Com todas essas informações, pensamos longa e seriamente na melhor opção para nós. Pensamos se tínhamos o desejo de que eu mesma gerasse uma criança, se optaríamos por uma barriga de aluguel e também nos informamos sobre a adoção. Nossa primeira grande decisão foi que eu não geraria nosso filho; embora minha saúde fosse “boa”, não era importante para nós ter um filho geneticamente nosso, nem para mim, viver a experiência da gravidez. Preferimos esperar, não nos apressar em trazer uma criança para nossa família. Já era bastante intenso lidar com os nossos horários de trabalho inflexíveis e a vida com FC.
É difícil dizer qual foi o momento exato em que decidimos não ter filhos. Estávamos ocupados com trabalho e viagens, e a vida era cheia de emoções. Não sentíamos, e continuamos não sentindo, aquela sensação de estar perdendo alguma coisa. Nossos melhores amigos têm filhos, assim como meu irmão mais velho com minha cunhada. Somos capazes de desfrutar estas conquistas com eles, e valorizamos cada minuto que passamos com nossos sobrinhos e sobrinhas.
Ouvindo primeiro nossas próprias necessidades, objetivos e desejos, Will e eu experimentamos o melhor dos dois mundos
Toda família deve decidir o que é certo para si, e nós decidimos por nós dois. Temos três cães que nos dão muita alegria, podemos viajar a qualquer momento, de uma hora para a outra, e não precisamos correr para casa para dormir cedo. Não conseguimos imaginar a vida diferente. Nossa família está completa do jeitinho que está agora!
Fonte: https://www.cff.org/CF-Community-Blog/Posts/2016/Why-We-Decided-Not-to-Have-Kids/
Traduzido por Vera Carvalho: Voluntária de Tradução de Textos do Instituto Unidos pela Vida. Vera é tradutora profissional há treze anos, com especialidade em textos acadêmicos e científicos.
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Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.