Saiba mais sobre a incontinência urinária na fibrose cística

Comunicação IUPV - 24/01/2024 07:08
incontinência urinária na fibrose cística

A incontinência urinária é caracterizada pela perda involuntária de pequenas quantidades de urina durante a realização de alguma atividade. Ela pode impactar a qualidade de vida e o bem estar físico e emocional da pessoa diagnosticada.

De acordo com a Recomendação Brasileira de Fisioterapia na Fibrose Cística, a incontinência urinária de esforço é a mais comum entre pessoas diagnosticadas com fibrose cística, tendo maior prevalência entre as mulheres e conforme o avanço na idade.

O que causa a incontinência urinária na fibrose cística

As tosses frequentes, especialmente entre as mulheres jovens, podem enfraquecer o assoalho pélvico, assim como o estresse físico causado pelo parto natural. Cirurgias pélvicas, avanço na idade, deficiência hormonal estrogênica e doença pulmonar obstrutiva crônica também são fatores que podem causar esse enfraquecimento.

A incontinência urinária na fibrose cística pode acontecer durante a tosse, o espirro, a realização de atividades físicas, da fisioterapia respiratória ou até mesmo da espirometria.

De acordo com a Recomendação Brasileira de Fisioterapia na Fibrose Cística, no caso específico da tosse, há o aumento da pressão intra-abdominal e a sobrecarga da musculatura do assoalho pélvico, que enfraquece e pode causar as perdas urinárias.

Identificação do problema

Ainda de acordo com a Recomendação Brasileira de Fisioterapia na Fibrose Cística, como as questões pulmonares estão mais frequentemente associadas aos quadros mais graves da doença, as condições de saúde que não estão relacionadas aos pulmões podem ser consideradas como secundárias e não receber atenção adequada do paciente e dos profissionais da saúde.

Porém, é importante ficar atento para que a identificação da incontinência urinária seja feita o mais breve possível, pois ela pode trazer um impacto negativo no desempenho durante a realização da fisioterapia respiratória e de atividades físicas.

Além disso, considerando que a limpeza do muco nos pulmões é uma importante forma de tratamento da fibrose cística, tratar a incontinência urinária é fundamental para que a tosse seja efetiva, pois muitas pessoas deixam de tossir por medo da perda de urina.

De acordo com a Recomendação Brasileira de Fisioterapia na Fibrose Cística, pessoas com fibrose cística devem ser avaliadas de maneira frequente em relação aos sintomas relacionados ao trato urinário. Para auxiliar neste processo, questionários de avaliação da incontinência urinária, escalas e índices relacionados com medidas de qualidade de vida podem ser aplicados durante a prática clínica no Centro de Referência.

Quais os cuidados?

A  Recomendação Brasileira de Fisioterapia na Fibrose Cística explica que as perdas de urina podem ser evitadas ou minimizadas com o esvaziamento da bexiga antes das sessões de fisioterapia. 

Para os pacientes que possuem uma perda mais acentuada, o uso de absorvente pode ser recomendado. Além disso, exercícios para reforço da musculatura pélvica e eletroestimulação podem ser realizados para minimizar os sintomas

Em caso de dúvidas sobre a incontinência urinária na fibrose cística, busque ajuda de um profissional da saúde. Ele poderá lhe ajudar com a identificação do problema e a indicação do melhor tratamento para o seu caso.

Por Kamila Vintureli

Referências:

Assobrafir Ciência. Recomendação Brasileira de Fisioterapia na Fibrose Cística: um guia de boas práticas clínicas. 2019. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/336007328_RECOMENDACAO_BRASILEIRA_DE_FISIOTERAPIA_NA_FIBROSE_CISTICA_UM_GUIA_DE_BOAS_PRATICAS_CLINICAS Cystic Fibrosis Foundation. Sexual and Reproductive Health Issues in Women With CF. Disponível em: https://www.cff.org/common-reproductive-issues-women-cf.

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Nota importante: As informações aqui contidas têm cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e/ou o tratamento médico. Em caso de dúvidas, fale com seu médico.

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