Vacina para a Covid-19 – Série Especial Coronavírus

Comunicação IUPV - 31/07/2020 08:04

Já são quatro meses desde que a pandemia causada pelo Coronavírus teve início no Brasil. Desde então, iniciou-se também a busca pelo desenvolvimento de uma vacina contra o vírus, descoberta que segue como a maior esperança da população mundial para o controle da pandemia. Por isso, neste texto da Série Especial Coronavírus, o Unidos pela Vida – Instituto Brasileiro de Atenção à Fibrose Cística, traz um panorama de como está a situação de duas pesquisas referentes ao tema no Brasil.

Universidade de Oxford

No dia 27 de junho de 2020, o Ministério da Saúde anunciou que aceitou o acordo de cooperação no desenvolvimento tecnológico e acesso do Brasil à vacina para a Covid-19 em parceria com a Universidade de Oxford e com a empresa AstraZeneca. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esta vacina é a mais avançada em todo o mundo até o momento.

Para que esse acordo fosse possível, no dia 02 de junho de 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), publicou em uma edição extra do Diário Oficial da União, a autorização para realização da fase 3 do estudo clínico no Brasil que testará a vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford. O pedido de autorização foi solicitado pela empresa Astrazeneca, que enviou todas as informações sobre a vacina para avaliação da Agência.

É importante ressaltar que os estudos iniciais não clínicos em animais e os estudos clínicos de fase 1 em humanos, que avaliaram a segurança da vacina, aconteceram na Inglaterra, e os resultados alcançados demonstraram que o perfil de segurança da vacina é aceitável.

No dia 20 de junho de 2020, Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais da Universidade Federal de São Paulo (Crie/Unifesp), entidade que está liderando o estudo no Brasil, recebeu os primeiros 15 voluntários que testarão a vacina. Até o fim da pesquisa, dois mil voluntários em São Paulo e mil voluntários no Rio de Janeiro participarão do estudo.

UFPR

Cientistas da Universidade Federal do Paraná (UFPR) também estão trabalhando no desenvolvimento de uma vacina para a Covid-19. No estudo, a equipe está utilizando nanopartículas que imitam os antígenos do vírus, ativando o sistema imune contra a doença. De acordo com os pesquisadores, o método proporciona baixo custo no produto final e pode ser replicado em vacinas para outras doenças.

No momento, o projeto está em fase pré-clínica e os pesquisadores esperam que, nos próximos meses, os testes com camundongos possam ser iniciados. Caso os testes comprovem ser possível induzir anticorpos nos animais e que não há qualquer tipo de risco para os seres humanos, a vacina passará para a fase clínica.

Na fase clínica, o estudo é realizado com dezenas de voluntários. Depois, a pesquisa avança e se estende com a participação de centenas de voluntários. Nesta etapa, será feita a indução de anticorpos e a segurança da vacina será verificada. No último estágio da fase clínica, a eficácia da vacina é testada e a pesquisa contará com a participação de milhares de voluntários. Os cientistas afirmam que, entre todas as fases da pesquisa e a liberação das autoridades de saúde do país, a vacina deve demorar, no mínimo, dois anos para ser disponibilizada.

Relembrando

Durante o desenvolvimento de um novo medicamento ou tecnologia de saúde, várias etapas precisam ser cumpridas obrigatoriamente. Abaixo, vamos citar cada uma delas, de maneira resumida.

Etapa 1: Pesquisa experimental ou fase pré-clínica: antes de começar os testes em seres humanos, os pesquisadores realizam testes em células e em animais.

Etapa 2: Pesquisa clínica: nesta fase se testa a segurança e a eficácia dos itens em seres humanos.

Fase I fase clínica: feita com um pequeno grupo de participantes e realiza uma avaliação preliminar do item, estabelecendo segurança, perfil farmacocinético e farmacodinâmico (estudos de farmacologia humana).

Fase 2 fase clínica: entre 100 e 300 pessoas participam do estudo e visa estabelecer a segurança em curto prazo e as relações doses-resposta.

Fase 3 fase clínica: fase realizada com milhares de voluntários e que busca avaliar os riscos e benefícios a curto e longo prazo, valor terapêutico relativo, explorando as reações adversas mais frequentes (estudos terapêuticos ou profiláticos confirmatórios).

Fase 4 fase clínica: processo realizado pós-comercialização que estabelece o valor terapêutico, o surgimento de novas reações adversas e estratégia de tratamento (ensaios pós-comercialização).

Referências:

https://www.unifesp.br/campus/sao/noticias/1397-vacinaoxford

http://portal.anvisa.gov.br/noticias/-/asset_publisher/FXrpx9qY7FbU/content/autorizado-estudo-clinico-de-potencial-vacina-contra-covid-19/219201?inheritRedirect=false

https://www.saude.gov.br/noticias/agencia-saude/47132-brasil-entra-em-parceria-para-producao-de-vacina-contra-covid-19

http://portal.anvisa.gov.br/anvisa-esclarece?p_p_id=baseconhecimentoportlet_WAR_baseconhecimentoportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state=normal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-2&p_p_col_pos=1&p_p_col_count=2&_baseconhecimentoportlet_WAR_baseconhecimentoportlet_assuntoId=13&_baseconhecimentoportlet_WAR_baseconhecimentoportlet_conteudoId=2581&_baseconhecimentoportlet_WAR_baseconhecimentoportlet_view=detalhamentos#:~:text=A%20pesquisa%20cl%C3%ADnica%20se%20divide,(estudos%20de%20farmacologia%20humana).

Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

Fale conosco