Dia 28 – Leda Cristina Scanholato Magoga | #30DiasdeFibra

Comunicação IUPV - 28/09/2019 02:00

Eu me chamo Leda Cristina, tenho 40 anos, moro em São Paulo e fui diagnosticada com Fibrose Cística tardiamente, quando tinha 22 anos. Antes disso, tratavam todos os meus sintomas como bronquite e até mesmo como tuberculose. No começo fiquei muito perdida. Era muita informação, muitos remédios, fisioterapias e acabei tendo que parar a faculdade por um período.
Na época eu namorava e quando a gente saía para comer e eu precisava levar as enzimas, as pessoas a minha volta se assustavam um pouco, não entendiam. Mas, com o passar do tempo, fui aceitando tudo muito bem. A Dra. Neiva, enérgica como é, sempre foi muito amiga e me ajudou muito também.
Como o diagnóstico foi muito tardio, minha saúde já estava debilitada, minha capacidade pulmonar em apenas 25% e acabei sendo encaminhada para o transplante. Realizei o procedimento em 2004 e em agosto de 2019 completei 15 anos de transplantada. Sou a paciente com Fibrose Cística transplantada mais velha aqui em São Paulo.
Eu nasci de novo. Nunca mais tive problema pulmonar, engordei, casei, trabalhei, fiz tudo que sempre quis fazer. Já teve uma época da minha vida em que fiz muitos planos, mas hoje eu opto por viver o agora. Chegar aos 40 anos, com 15 anos de transplante, não é fácil, então acredito que o melhor é viver o presente e aproveitar ao máximo.
Para muitas pessoas, enxergar coisas boas na Fibrose Cística é algo difícil. Porém, sempre tentei ver com outros olhos, ver por um outro lado. Eu ando, eu falo, sou lúcida, eu enxergo, eu vivo.
Olho ao meu redor e agradeço muito a Deus pela minha vida e sigo, todo os dias, com a certeza de que a doença é apenas parte do que eu sou, e jamais será o limite do que posso ser.

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