A Equipe de Fibra estará na Maratona do Rio 2020

Comunicação IUPV - 21/02/2020 10:06

Por Cristiano Silveira, presidente da Associação Carioca de Assistência à Mucoviscidose (ACAM-RJ), coordenador da Equipe de Fibra e pai de fibra do Pedro

Uma das mais famosas corridas de rua do Brasil vai receber atletas com Fibrose Cística este ano! A ideia de participar de corridas de rua divulgando a doença começou em 2011, quando decidi começar a correr para incentivar meu filho, diagnosticado com Fibrose Cística. Em outubro daquele mesmo ano, ele e quatro amigos correram a primeira prova com a camiseta da Equipe de Fibra, grupo que se transformaria em um projeto do Instituto Unidos pela Vida no Programa de Incentivo à Atividade Física.
De lá pra cá, a equipe cresceu e já tem pessoas de vários estados com núcleos no Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Ceará e Mato Grosso do Sul. São atletas com Fibrose Cística, seus familiares e amigos que trocam informações sobre treinos, provas e estilo de vida saudável. 
A Equipe de Fibra também já promoveu encontros presenciais em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória, Curitiba e Porto Alegre, sempre levando profissionais de educação física, fisioterapia, nutrição, pneumologia e também “atletas de fibra”, que dão testemunhos sobre como os exercícios os ajudam a superar as dificuldades impostas pela doença.
Esse ano, comemorando os nove anos do projeto, vamos reunir atletas de vários estados no Rio de Janeiro para a Maratona Internacional do Rio, nos dias 13 e 14 de junho. Na prova há a opção de correr 5, 10, 21 ou 42 km.
Já temos confirmadas, até o momento, 35 pessoas de 9 estados. Nove desses atletas têm Fibrose Cística e três deles são transplantados. Será a maior participação de pessoas com a doença em uma única prova aqui no Brasil!
Como coordenador da Equipe de Fibra, vou comemorar fazendo os 42 km, distância que eu só fiz uma vez, em 2015, também com a Equipe de Fibra. Minha ideia para este ano é terminar mais inteiro. Em 2015 tive dificuldade e terminei a prova em 5 horas e 2 minutos. Foi emocionante, mas muito difícil.
Minha esposa, Marise Amaral, também vai correr os 21 km no sábado. Assim ela vai poder ver minha prova no domingo. “Vamos nos alternar para um dar apoio ao outro. Em 2015 fizemos a prova juntos e foi incrível, mas esse ano não tive tempo para me preparar para a Maratona”, afirmou Marise.
Pedro, nosso filho, tem 15 anos e desde os 9 participa de provas conosco. Esse ano ele vai fazer 10 km acompanhado do treinador Bruno Fanticelli. Ele já fez a distância outras quatro vezes, mas a última vez foi na Corrida do Fogo, em Curitiba, em setembro de 2018. “Já estava na hora de voltar a participar de provas. Eu não deixei de treinar, mas dei um tempo nas corridas porque estava mais focado na musculação e no basquete”, explicou Pedro.
Claudia Cometti, de Vitória/ES, é outra atleta de fibra confirmada. Ela será a primeira atleta com Fibrose Cística no Brasil a fazer uma meia maratona. Ela já fez a distância nos treinos que realiza com o marido, Wilken Meirelles, mas vai estrear oficialmente na distância no Rio de Janeiro, junto com a equipe. Claudia, Wilken, eu e Marise corremos as 10 Milhas da Garoto ano passado com a dentista Rosiene Conti, de Linhares/ES. Rosi, que em setembro de 2019 organizou a 1º Corrida da Fibrose Cística de Linhares, esse ano quer trazer seus amigos de corrida capixabas para o Rio.
Três corredores que fizeram transplante de pulmão também devem vir para as provas de 5 e 10 km. O paranaense Gabriel Ciochetta e a paulista Barbara Meucci têm Fibrose Cística e transplantaram na Santa Casa e no InCor, respectivamente. Também na Santa Casa, a gaúcha Liège Gautério, paciente de Fibrose Pulmonar, também já confirmou sua participação. Liège é bi-campeã mundial nos 100 e 200m rasos feminino nos Jogos Mundiais para Transplantados.
Outra presença já confirmada é a da presidente do Instituto Unidos pela Vida, Verônica Stasiak Bednarczuk de Oliveira, que voltou aos treinos de CrossFit em fevereiro depois de um ano dedicada a filha Helena. É claro que o nascimento da filha e o trabalho com o Instituto exigem muito, mas além da rotina do tratamento, Verônica também retomou a rotina de treinos porque sente que foi isso que a deixou forte para gestação da filha. Ela não poderia estar de fora dessa festa. A pessoa que junto comigo possibilitou a existência da Equipe de Fibra tinha que presenciar essa celebração. Já celebramos muita coisa juntos, mas é a primeira vez que vou ver minha querida amiga completar uma prova. Ainda não sei como vai ser, mas já sei que vamos estar chorando os dois.
Nota importante: As informações aqui contidas tem cunho estritamente educacional. Em hipótese alguma pretendem substituir a consulta médica, a realização de exames e ou, o tratamento médico. Em caso de dúvidas fale com seu médico, ele poderá esclarecer todas as suas perguntas.

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